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Viana do Castelo

Uma centena de pescadores sem trabalho há três semanas devido ao assoreamento do portinho

4 Novembro, 2011 - 11:34

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Cem pescadores de Castelo de Neiva, Viana do Castelo, não vão ao mar há três semanas devido às condições marítimas e ao assoreamento do portinho local, situação que coloca em causa a sua subsistência.

Cem pescadores de Castelo de Neiva, Viana do Castelo, não vão ao mar há três semanas devido às condições marítimas e ao assoreamento do portinho local, situação que coloca em causa a sua subsistência.

A denúncia foi feita hoje à Agência Lusa por Maria José Neto, presidente da Associação de Armadores de Pesca de Castelo de Neiva, localidade onde operam 40 embarcações de pesca tradicional.

"Faz hoje três semanas que praticamente não se vai ao mar. Eu consegui ir uma vez, para trazer alguns aparelhos que tinha lá deixado, mas há outros que nem isso", confessa.

Maria José Neto tem 33 anos e é pescadora há seis, trabalhando num barco de seis metros com marido.

"Está tudo a desanimar e a querer ir embora. Se não vamos ao mar, não ganhamos para pagar as contas e o que está a acontecer é que os pescadores que não têm um pé-de-meia têm de ficar a dever aqui e ali. Mas ninguém quer esta vida", assume.

Os pescadores de Castelo de Neiva queixam-se do mar "muito bravo" que se tem feito sentir nas últimas semanas e que impede a saída dos barcos por questões de segurança.

"Mas quando está a maré baixa é o assoreamento da barra que não nos deixa sair. São mais de vinte metros de areia em que não dá para andar, quanto mais a puxar os barcos, mesmo com a ajuda entre todos", explica.

O problema, afirma, deve-se a "erros de construção" do molhe de proteção do porto de abrigo, implementando há cerca de uma década em Castelo de Neiva.

"Logo na altura, os pescadores mais antigos alertaram que não ia resultar porque estavam a tapar a corrente de noroeste. Nos primeiros anos a coisa ainda correu, mas o resultado acabou por ser uma baía assoreada que nos impede de sair", explicou ainda.

Para agravar esta paragem forçada, lembra ainda os aparelhos de pesca que colocam habitualmente no mar.

"Servem para apanhar o polvo mas, nesta altura, já deve estar tudo perdido e vamos ter de gastar dinheiro noutros. Além disso, ainda temos que pagar a Segurança Social, independentemente de irmos ao mar ou não", lamentou.

Mas se no portinho de Castelo de Neiva o assoreamento é um dos problemas, poucas centenas de metros mais a sul o problema é precisamente a areia que o mar levou da duna principal, ameaçando agora várias habitações.

A Administração Regional Hidrográfica do Norte (AHRN) já anunciou que na próxima semana deverão avançar as obras de reforço do cordão dunar, trabalhos que custarão entre 100 mil a 150 mil euros e decorrerão numa frente de 80 metros, para uma faixa de intervenção de 15 metros.

A duna vai ser reforçada e a parte frontal protegida com a colocação de pedra, para travar o avanço do mar que na última semana colocou em perigo três habitações.
FONTE: "Lusa"

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