O Tribunal de Viana do Castelo libertou ontem o homem de 37 anos suspeito de agredir a mãe em Afife, que acabaria por morrer pouco depois, informou à Lusa fonte judicial.
O homem foi detido na terça-feira, à noite, por militares da GNR, no local das agressões, na freguesia de Afife, tendo sido presente no dia seguinte ao procurador do Ministério Público, que ordenou a realização de novas diligências de investigação antes de propor medidas de coação.
Por esse motivo, o homem permaneceu detido no posto da GNR de Vila Praia de Âncora e foi ontem novamente presente ao tribunal. Já ao final da tarde, o juiz decretou-lhe, como medida de coação, a apresentação periódica às autoridades, duas vezes por semana.
Na base desta decisão, explicou a mesma fonte, terá estado a ausência de elementos suficientes, durante a investigação realizada nos últimos dias, para associar diretamente as agressões à morte da mãe.
Segundo a fonte, o relatório da autópsia, realizada no Instituto de Medicina Legal de Viana do Castelo, concluiu pela “ausência de lesões internas ou externas”, apontando “causas naturais” para a morte.
O tribunal proibiu ainda o homem de se aproximar de uma tia, que também agrediu, e da sua casa, tendo determinado a necessidade de este se submeter a um tratamento médico, mas voluntário.
Fonte da GNR de Viana do Castelo explicou que tudo aconteceu cerca das 20:30 de terça-feira, na casa em que residia a mãe do homem, de 56 anos, e uma tia deste, que também foi vítima das mesmas agressões, de 45 anos.
“Os militares foram chamados ao local e constataram que as duas senhoras tinham sido agredidas. Tiveram de ser transportadas ao hospital de Viana do Castelo”, explicou a fonte.
A mãe do agressor, que se encontrava na residência à chegada dos militares e que ficou detido, acabaria por morrer no hospital, indicou ainda a GNR.
O homem reside também na freguesia de Afife, nos arredores de Viana do Castelo, tendo um historial, referenciado pelas autoridades, de conflitualidade.
“Estava identificado pelas autoridades do concelho mas infelizmente ninguém fez nada. Já tinham acontecido outros casos de violência e provocação para com outras pessoas da freguesia”, afirmou à agência Lusa Arlindo Ribeiro, presidente da Junta de Afife.
O suspeito estava também referenciado por episódios de esquizofrenia, associados ao consumo de álcool.
“O problema é que nunca foi devidamente tratado e acabou por ficar marginalizado ao ponto de ser um verdadeiro terror para as pessoas da freguesia. Estamos todos revoltados com o que aconteceu”, disse ainda o autarca.
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