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Viana do Castelo

Três mil figurantes, 33 carros alegóricos e 5.000 bolos para distribuir em cortejo de três horas

17 Agosto, 2012 - 13:37

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Mais de 3.000 figurantes, 112 quadros e 33 carros alegóricos vão compor, no sábado, o secular cortejo etnográfico da romaria d’Agonia, que até vai confecionar pipocas, farturas e algodão doce ao vivo, distribuindo milhares de bolos.

Mais de 3.000 figurantes, 112 quadros e 33 carros alegóricos vão compor, no sábado, o secular cortejo etnográfico da romaria d’Agonia, que até vai confecionar pipocas, farturas e algodão doce ao vivo, distribuindo milhares de bolos.

“Um dos carros vai representar nove pastelarias da cidade, com os seus balcões típicos e os patrões a trabalhar ao vivo, produzindo os seus bolos. Serão distribuídos pelo povo mais de 5.000 bolos”, explicou à agência Lusa José Reis Pereira, que há 18 anos desenha os carros alegóricos deste cortejo.

Este ano, a festa é inspirada na tradição doceira de Viana do Castelo e prevê ainda uma homenagem a Jorge Amado, que em 1981 foi distinguido com o título de “cidadão de honra” do concelho, numa alusão ao gosto especial do escritor brasileiro pelo pão-de-ló de uma das pastelarias da cidade, num mês em que se assinala o centenário do seu nascimento.

Um dos destaques deste cortejo, que ao longo de três horas percorrerá 2.300 metros, será o carro alegórico dedicado à “Casa Brasileira”, a pastelaria mais antiga da cidade, fundada em março de 1902 e aonde surgiu, há mais de 80 anos, o bolo “sidónio”.

Trata-se de uma especialidade criada pelos pasteleiros daquela casa em homenagem a Sidónio Pais (Presidente da República, assassinado em 1918), com a forma de um caixão, confecionado à base de amêndoa, açúcar e ovos.

As criações destes carros, que este ano até contam com a produção ao vivo de pipocas, algodão doce e farturas numa alusão às festas tradicionais, saem da cabeça – e do lápis -, de Reis Pereira, autor dos desenhos que servem de base a todos estes carros.

“Claro que gostávamos de fazer sempre um pouco mais, mas temos de nos conter porque o dinheiro não dá para tudo e o tempo também não”, admite este antigo professor de Trabalhos Manuais e profissional dos Estaleiros de Viana.

Desde abril que trabalham na confeção destes carros, nas oficinas da Câmara Municipal de Viana do Castelo, cerca de 15 pessoas, entre carpinteiros, pintores e outros ajudantes, que entretanto começaram a “acelerar” o ritmo, com o aproximar do grande dia.

“O tema da doçaria tradicional começou a ser trabalhado em 2011 e já este ano passamos aos desenhos, dando forma à nossa imaginação. Mas o verdadeiro segredo são os artesãos destes armazéns, que passam os nossos desenhos à realidade”, conta Reis Pereira, que integra a comissão de festas desde 1994.

Hoje, aos 65 anos, o ritmo é o mesmo.

“Às 06:00 de sábado, quando ainda não se passa nada, já estamos na rua. Começamos a levar os carros para o local da saída, para que às 16:00 tudo esteja pronta para o grande momento”, garante.

Para trás ficam incontáveis horas de volta de materiais como madeira, esferovite e ferro, que dão cor aos 33 carros, envolvendo mais de 3.000 figurantes e 112 quadros diferentes, onde também não falta a presença das freguesias do concelho.

A romaria d’Agonia deverá atrair à cidade de Viana do Castelo, até segunda-feira, mais de um milhão de pessoas, segundo a organização e tendo em conta a afluência de anos anteriores.

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