As ações de formação dos trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) aumentaram 23% e envolveram mais de metade dos atuais 620 trabalhadores, em 2012, ano marcado pela falta de trabalho.
Segundo fonte dos ENVC, foram realizadas 22 mil horas de horas de formação, o que corresponde a um aumento de 23% face a 2011, processo que envolveu 390 trabalhadores, ou seja 63% do total.
Este incremento na formação interna foi propiciado pela ausência de novas construções em todo o ano de 2012, numa altura em que a empresa está em fase final de reprivatização.
Em declarações à agência Lusa, o presidente do conselho de administração dos ENVC admitiu “significativos constrangimentos laborais e económico-financeiros” sentidos este ano pela empresa.
Por isso, sublinhou Jorge Camões, a “formação contínua dos trabalhadores” assumiu-se como “um vetor estratégico na retenção e mobilização dos recursos humanos”, sendo “condição necessária à competitividade” nesta área.
Em todo o ano de 2012, os trabalhadores dos ENVC realizaram apenas algumas reparações navais, apesar de a empresa ter em carteira, há dois anos, um negócio de 128 milhões de euros para construção de dois navios asfalteiros para a Venezuela.
Devido às dificuldades no processo de contratação pública e à reprivatização entretanto lançada, o início da construção tem sido atrasada.
Segundo fonte dos ENVC, cerca de metade das ações de formação realizadas este ano na empresa foram ministradas em parceria com o Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica.
“Estas ações foram de caráter predominantemente técnico, enquadradas no domínio mais específico das áreas da metalurgia, metalomecânica e projeto/desenho técnico”, precisou.
Para além da formação interna, a empresa estabeleceu ainda parcerias para “otimização de ações de formação de âmbito transversal” em áreas como higiene e segurança, informática e línguas estrangeiras.
O Governo mantém a intenção de vender 95% do capital social dos ENVC até final de 2012, sendo a empresa disputada, nesta altura, por investidores brasileiros e russos.
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