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Viana do Castelo

Trabalhadores dos Estaleiros apelam à permanência da empresa como pública

20 Fevereiro, 2013 - 14:15

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Os trabalhadores dos estaleiros de Viana apelaram hoje ao ministro da Defesa que assuma a permanência da empresa no setor empresarial do Estado como alternativa à reprivatização depois de Aguiar-Branco ter admitido que este processo está “inquinado”.

Os trabalhadores dos estaleiros de Viana apelaram hoje ao ministro da Defesa que assuma a permanência da empresa no setor empresarial do Estado como alternativa à reprivatização depois de Aguiar-Branco ter admitido que este processo está “inquinado”.

“Apelamos para que pare o processo de reprivatização e viabilize a empresa, o que passa por colocar a empresa a trabalhar, começando a construir os navios asfalteiros para a Venezuela. Só depois deve pensar numa solução empresarial mais adequada”, afirmou o porta-voz da comissão de trabalhadores.

António Costa reagia às declarações do ministro da Defesa que hoje, no parlamento, admitiu que a investigação lançada pela Comissão Europeia aos apoios públicos de 180 milhões de euros atribuídos aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) “inquina de forma dramática” a sua reprivatização.

Questionado pelos deputados, José Pedro Aguiar-Branco admitiu outros cenários para a empresa, assumindo que o processo está “complicado” e que a hipótese da reprivatização dos estaleiros se mantém, mas que poderá seguir-se “outra qualquer”.

Os trabalhadores dos ENVC afirmam que as alternativas à venda devem passar pela “viabilização” da empresa e a “manutenção no setor empresarial do Estado”, mas “com uma administração com visão de futuro e uma direção comercial que não fique à espera que as encomendas caiam do céu”.

“Pode ser como empresa pública ou abrindo parte ao capital privado, mas que o Estado mantenha sempre uma percentagem, até tendo em conta as construções que terão de ser feitas para a Marinha”, afirmou António Costa.

Esta manhã, ao mesmo tempo que o ministro admitia as dificuldades no processo de reprivatização, mais de mil pessoas voltavam a sair às ruas da cidade de Viana do Castelo para a quarta manifestação em defesa dos ENVC e dos atuais 625 postos de trabalho desde 2011.

O protesto terminou na praça central da cidade com centenas de trabalhadores, ex-funcionários e a população a entoar “Grândola Vila Morena” e várias palavras de ordem contra o Governo, antes de um plenário que aprovou uma moção denunciando o “terrorismo psicológico imposto” aos trabalhadores, praticamente parados desde 2011.

A moção, a enviar ao Governo e ao Presidente da República, exige ainda o “cancelamento imediato” do “moribundo e maquiavélico” processo de reprivatização dos estaleiros e a continuidade da empresa na esfera do Estado, com a criação de “todas as condições necessárias para o início da construção dos asfalteiros para a Venezuela”. Nomeadamente a disponibilização de cerca de 10 milhões de euros para aquisição de matéria-prima.

Trata-se de um contrato de 2010, no valor de 128 milhões de euros, em que, por ainda não ter sido iniciado, o “risco de rescisão é real e extremamente preocupante”, diz a moção.

Os trabalhadores dizem-se dispostos a esperar por uma solução que permita a viabilização da empresa apenas até ao mês de março. “Se o senhor primeiro-ministro ou senhor ministro da Defesa não tiverem disponibilidade para finalmente visitarem a nossa empresa ou anunciarem uma solução, os trabalhadores estão prontos para ir para Lisboa, lutar pela empresa até à exaustão”, rematou António Costa.

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