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Caminha

Tempo afasta turistas de Moledo, falta de dinheiro também não ajuda

13 Agosto, 2012 - 09:54

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A instabilidade das condições meteorológicas e alguma falta de dinheiro nas carteiras estão a afastar turistas da praia de Moledo, em Caminha, uma das mais procuradas no Norte do País.

A instabilidade das condições meteorológicas e alguma falta de dinheiro nas carteiras estão a afastar turistas da praia de Moledo, em Caminha, uma das mais procuradas no Norte do País.

“Temos tido um tempo muito pouco favorável, inconstante, o que não era muito normal para esta altura do ano”, admitiu à agência Lusa o presidente da Junta de Freguesia de Moledo.

Segundo Joaquim Seixo, a freguesia conta com uma população residente que ronda as 2.000 pessoas, mas o movimento, na altura de verão, “passava facilmente” as 8.000.

“Não devemos estar com mais de 6.000 pessoas, devido a essa palavra que não gosto de usar, a crise, e à instabilidade do tempo. Estamos com uma população muito flutuante, que só vem se estiver bom tempo e vai embora, isso é notório”, acrescentou.

Conhecido local de férias de figuras nacionais, muitas das quais com casas de família na freguesia, o ritmo turístico em Moledo tem vindo, no entanto, a alterar-se.

“São raros os casos em que, como antigamente, estão um mês completo cá. Agora passam menos dias e têm outras ofertas fora quando está mau tempo”, diz.

Há 25 anos na gerência do bar “P’rá lá Caminha”, a poucos metros da praia de Moledo, José Hamilton tem assistido a mudanças radicais.

“Há vários anos era muito giro ver as famílias que alugavam casa para um mês inteiro. Vinham todos juntos, mas isso é algo que já não se vê”, admite.

Este ano em particular e provavelmente fruto da crise, os jovens entre os 20 e os 30 anos, que por esta altura também já deveriam estar por Moledo, até agora, “quase nem vê-los”.

“É pena, porque davam um certo charme e qualidade à praia e a tudo o que acontece em Moledo. Tenho sentido essa falta, além do problema do tempo, que está a sempre a mudar. O mês de junho, por exemplo, foi horrível para trabalharmos e para os próximos dias já dá chuva de novo”, desabafa.

Só aquele bar, que mesmo durante a tarde tem a esplanada animada com um DJ, emprega 32 pessoas.

“Até 20 de setembro, depois ficam 10 até ao junho seguinte”, sublinha.

Apesar da “falada” quebra de turistas na zona, José Hamilton diz que está a conseguir manter os níveis de faturação de anos anteriores.

“Tenho dificuldade em dizer se há menos gente, mas a verdade é que vêm em função do tempo que faz em determinado dia, porque as acessibilidades também o permitem. Para já está a correr bem, mas vamos ver como é o resto do mês de agosto”, conta.

A poucos quilómetros de distância, o Hotel Portas do Sol, com os seus 100 quartos, não se queixa de falta de trabalho, por estes dias.

“É um facto que se nota menos gente nas ruas, mas nós estamos a 90 por cento da capacidade e com um crescimento de sete por cento face a 2011. Mas tivemos que reduzir aos preços”, explicou à agência Lusa o diretor daquela unidade.

Trata-se do único hotel de quatro estrelas em Caminha e que segundo Mário Silva está praticar um preço médio, por noite, de 120 euros.

Ainda assim, também os ritmos se alteram naquele hotel, que trabalha sobretudo com turistas espanhóis e franceses, além dos portugueses.

“Quem vinha uma semana de férias, agora vem três ou cinco dias. Os que marcavam quinze dias ficam uma semana”, rematou.

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