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Viana do Castelo

Tauromaquia: Autarca de Viana diz que corrida de domingo foi “quisto que saiu”

22 Agosto, 2012 - 08:21

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O presidente da Câmara de Viana do Castelo afirmou que a realização de uma tourada na cidade, no domingo passado, foi um “quisto que saiu”, representando apenas um “negócio”.

O presidente da Câmara de Viana do Castelo afirmou que a realização de uma tourada na cidade, no domingo passado, foi um “quisto que saiu”, representando apenas um “negócio”.

“Os touros, os cavalos, os cavaleiros, as bandarilhas e até a praça veio de fora. No fim foram-se embora e deixaram o lixo. É esta a tradição tauromáquica de Viana do Castelo?”, questionou José Maria Costa, durante a reunião quinzenal do executivo municipal.

Interpelado pela oposição, afirmou que a realização desta tourada foi um “quisto que saiu” e tudo não passou de um “negócio”.

“Vieram cá sacar o dinheirinho de alguns vianenses. Levaram a massa e não ficou nada em Viana do Castelo”, disse.

A tourada realizou-se domingo, em terrenos da freguesia de Areosa classificados pela autarquia como de “elevado valor paisagístico”, nos quais foi instalada pela federação “Prótoiro” uma arena amovível que recebeu 2.300 espetadores.

Após um diferendo de duas semanas entre a câmara e a organização, o Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga (TAFB) acabou por viabilizar a tourada naquele local, ao atribuir cinco dias à “Prótoiro” para se pronunciar sobre os argumentos do município para o indeferimento.

O autarca insistiu que o tribunal “permitiu a violação grave” de quatro planos de ordenamento e de um local que integra a Rede Natura, por classificação da União Europeia.

“E o que constatamos é que o Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território meteu férias nestes dias. Nenhum serviço foi capaz de fazer alguma coisa”, criticou ainda.

Do lado da oposição, o vereador social-democrata António Carvalho Martins, que já integrava a câmara em 2009 e que votou contra a declaração de Viana do Castelo como cidade “antitouradas”, sublinhou que o PS nunca sufragou essa intenção.

“Acabar com as touradas em Viana do Castelo não esteve em qualquer programa eleitoral do PS, no anterior e neste mandato. Foi alguém que acordou e se lembrou de o fazer, não houve legitimidade nenhuma e ninguém é capaz de dizer se a maioria da população está a favor ou contra”, apontou o vereador.

Já o vereador do CDS-PP, Aristides Sousa, admitiu ter assistido à tourada de domingo, defendendo a necessidade de serem “criadas condições” para que “todos em Viana do Castelo possa exercer o seu direito”.

“Da minha parte foi a segunda vez que entrei numa arena e saí de cara levantada, com a minha família. Quem quer vai, quem não quer não vai”, disse.

Para o presidente do município, José Maria Costa, a corrida de domingo “não foi cultura nem espetáculo”, mas apenas “pessoas a ganhar dinheiro à custa do sofrimento dos animais”.

“Não sou militante antitouradas. Acho é que as touradas não fazem sentido na nossa sociedade e por isso, com muito gosto, vou promover esse debate junto dos restantes municípios”, sublinhou.

Além de se pronunciar sobre o recurso apresentado pela câmara à autorização de instalação da arena naquela local – pelo tribunal, através de uma providência cautelar e após primeiro indeferimento municipal -, o Tribunal Administrativo ainda terá de julgar a ação principal.

Entre outros aspetos, a “Prótoiro” pretende anular a declaração “antitouradas”, aprovada em reunião do executivo de 27 de fevereiro de 2009.

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