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Paredes de Coura

Seguro alertou em Coura que “uma democracia sem Justiça não é uma democracia”

23 Março, 2014 - 13:31

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O líder socialista falou ontem perante cerca de 300 pessoas, durante um jantar de homenagem a António Pereira Júnior.

O secretário-geral do PS, António José Seguro, advertiu ontem, em Paredes de Coura, que não pretende ser um primeiro-ministro “que diga sim a tudo”, defendendo a diminuição da despesa desde que “não seja feita à custa das populações”.
“Não esperem de mim um primeiro-ministro que diga sim a tudo. Não direi. Nem prometerei tudo a toda a gente. Porque é isso que mina a política: As promessas que são feitas para iludir os portugueses, para ganhar votos, e que depois não são concretizadas”, criticou Seguro.
De acordo com a agência Lusa, citada pelo jornal i, o líder socialista falou ontem perante cerca de 300 pessoas, durante um jantar de homenagem a António Pereira Júnior, histórico dirigente local do partido e que ao longo de cerca de vinte anos presidiu à Câmara de Paredes de Coura.
O concelho continua a ser liderado pelo PS e é um dos 20 que, no país, vai perder o tribunal de comarca, face ao novo mapa judiciário preparado pelo Governo, transitando os processos para o de Valença.
“Eu não compreendo o encerramento dos tribunais. Não compreendo. Nem aqui em Paredes de Coura nem em vários outros pontos do país”, afirmou Seguro, mesmo assumindo ser “a favor da racionalização” da despesa, algo que não vê nesta medida.
“Sou a favor da diminuição da despesa do nosso país, desde que isso não seja feito à custa das populações. E sobretudo de populações que já perderam extensões de saúde, o posto da GNR ou dos correios ou que estão em vias de perder serviços de Finanças ou outros serviços públicos”, apontou.
Acusando o Governo de “abandonar as populações” do interior, propondo que sejam os juízes a deslocarem-se no território, e não as populações, juntando “dois ou três tribunais” com o mesmo magistrado.
“Porque é que não é o juiz a deslocar-se uma vez por semana ou de quinze em quinze dias e vir fazer Justiça aqui a Paredes de Coura. (…) As contas públicas do Estado ficam afetadas por haver um magistrado, ou vinte ou trinta, no país que façam 50 quilómetros todas as semanas”, questionou o líder socialista.
Segundo Seguro, o novo mapa judiciário aprovado pelo Governo desencoraja que as pessoas tentem socorrer-se da Justiça para resolverem os seus próprios problemas”.
“E uma democracia sem Justiça não é uma democracia. Nós não podemos ter no país portugueses de primeira e portugueses de segunda, por muito poucas que sejam as pessoas que vivem no interior de Portugal”, disse.
Igualmente na reforma administrativa do território, que resultou na agregação de freguesias em todo o país, António José Seguro defendeu a necessidade de o Governo “dialogar com os autarcas”, mesmo admitindo que “não é voltar tudo a como estava”.
“Um país nunca estará bem quando as populações estão mal. São populações e as pessoas que se estiverem bem fazem um país feliz e um país melhor”, rematou.

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