Houve Taça e o Courense emPERREou, num encontro emocionante em todos os pormenores e com alguns contornos dignos de suster a respiração. Num minuto, alteraram-se completamente as nossas perspectivas, já que apontávamos ao prolongamento em Campos, onde a equipa local e o Távora estavam empatados a uma bola e ela acabou por acontecer no Olival, onde no minuto noventa o Courense ganhava por três a um.
São estes pormenores que trazem a beleza e a emoção ao futebol. O Courense, líder da Honra, sucumbiu nas grandes penalidades, onde não conseguiu marcar uma que fosse, tendo desperdiçado quatro pontapés! Talvez nunca lhe tivesse passado pela cabeça que haveria de chegar a esta lotaria, nomeadamente ao quarto de hora do final em que tinha dois golos de vantagem – zero a dois – e muito menos quando o árbitro assistente levantou a placa com quatro minutos de compensação, pois continuava com vantagem de dois golos – um a três! Foram precisamente esses quatro minutos que mostraram um Perre empolgante, materializando dois golos e obrigando a horas extras, a um prolongamento que nada alteraria. Mas não haveriam de terminar por aqui as grandes emoções. Na lotaria, os quatro primeiros pontapés saíram furados, sendo dois para cada lado. Até dava a impressão que ninguém queria decidir ir em frente. Só que o Perre começou a acertar e concretizou as duas seguintes, enquanto o Courense continuou no desperdício total, terminando eliminado e prosseguindo o tomba gigante Perre para os quartos, deixando o Olival em euforia.
Além do Courense, o Vale ficou também privado do Campos, que ainda chegou a estar em vantagem, acabando por consentir um empate e quando nos preparávamos para o prolongamento, eis que no último suspiro o Távora resolve a contenda em seu favor, ficando-nos pelos apuramentos de Valenciano e Cerveira, que não tiveram quaisquer entraves ou angústias para levar de vencida Paçô e Castelense, respectivamente. Quando muito, apenas o surgimento tardio do primeiro golo em cada um dos campos, mas após este, duas goleadas, com uma mão cheia em Valença e meia dúzia na vila das artes.
Nos três confrontos restantes prevaleceu o factor casa e quiçá a melhor condição das equipas. Assim, o Lanheses afastou o vizinho Moreira de Lima, pela tangencial vitória de um a zero, o mesmo conseguindo o “papa taças” Neves perante o também vizinho Vila Fria, embora por dois a um, enquanto o Correlhã conseguiu, na segunda metade, afastar o Lanhelas, de escalão inferior, por dois golos sem resposta.
Assim ao sexteto da Honra – Valenciano, Cerveira, Neves, Lanheses, Távora e Correlhã – junta-se a sensação da ronda, o Perre, e ainda do escalão secundário o Chafé, isento nesta ronda, para em 7 de Abril metade deles despachar outros tantos para fora do troféu.
E já que estamos na Taça, também no Inatel ontem se tratou de Taça, onde ficaram definidos os finalistas da prova, com a equipa monçanense a ficar apurada apesar de alguns apuros em Gondar. Pese ter estado em vantagem por duas vezes, o empate a dois golos serviu ao Longos Vales para acesso à final, também em duas mãos, onde encontrará o Deucriste que, apesar de ter sido derrotado na primeira mão, em Calheiros, por dois a um, ontem vingou a derrota e venceu por dois a zero, afastando os limianos da prova.
Passando ao campeonato nacional da III divisão, assistimos à despedida da primeira fase, destacando-se como decisão principal desta derradeira jornada a despromoção da Maria da Fonte, pois entrara para o encontro em lugar de descida e acabou por confirmá-lo, muito por culpa do Vianense que foi ganhar aos Moinhos Novos, recuperando o terceiro posto perdido na semana anterior. Mas nem a vitória valeria à heroína doutrora, pois Taipas e Marinhas não vacilaram e venceram os respectivos encontros sem dificuldades aparentes, mantendo a esperança agora na participação na batalha final. Os Caçadores dispararam cinco tiros à lanterna vermelha, Desportivo de Monção, que não teve argumentos para se impor nem sequer chegando a enervar os locais que cedo se foram adiantando no marcador. Por sua vez, o Marinhas também não teve contemplações para o seu conterrâneo e “chefe concelhio”, Esposende, enfiando-lhe dois em cada parte.
O jogo grande da derradeira jornada disputava-se em Ronfe, onde a equipa local havia disparado a pólvora toda na semana anterior em Melgaço e ontem foi apanhada desprevenida, pelo que a equipa de Santa Maria provocou uma revolução com o golo solitário que conseguiu na segunda parte, assumindo-se a si como vice-líder e atirando o adversário para fora do pódio, nele reentrando o Vianense.
O Bragança reforçou a sua condição de líder em Merelim, conseguindo mais uma vitória que valeu quatro pontos, já que na divisão ao meio vai averbar mais dois que na passada jornada e o Ponte da Barca acabou por triunfar, como era previsível, sobre o Melgacense, por três a zero, conquistando pontos que, em caso de interesse, poderão servir à equipa para chegar à Taça de Portugal.
Aliás, esta motivação – chegar à Taça de Portugal – será o único interesse para os seis despromovidos que vão disputar a segunda fase: Maria da Fonte – 16 // Ponte Barca – 14 // Merelinense – 12 // Melgacense -10 // Esposende – 6 // Desp. Monção – 5.
Já agora e presumindo que três equipas poderão permanecer, vejamos a posição para mais três potenciais candidatos à despromoção: Bragança – 25 // Santa Maria – 22// Vianense – 21 //Ronfe – 21 // Taipas – 18 // Marinhas – 17.
Sexta à tarde ficaremos a saber dos emparelhamentos para os duelos e no Sábado de Páscoa lá teremos o pontapé de saída para as decisões finais.
Quase nos apontamentos finais, saudação e felicitação ao Limianos que, apesar de não feito melhor que um empate caseiro frente a Famalicão, consegue à longa distância do termo da prova a garantia de permanência pelo nacional. Até nesse aspecto é a primeira equipa do distrito.
Entre os grandes, a normalidade imperou na ronda com o dragão a abrir as vitórias do par da dianteira frente ao Estoril, sendo que a águia não ficou atrás e respondeu com juros e uma mão cheia de golos ao “galo”, numa ronda em que o leão voltou a não vencer, tendo dado uma parte de vantagem à academia coimbrã e apenas conseguiu chegar ao empate. A jornada, essa foi favorável aos arsenalistas que afastaram um concorrente directo, o Marítimo, com dois grandes golos e uma mão cheia de sorte, bafejados também pela lanterna vermelha Beira-Mar que destronou os pacenses do último degrau do pódio, só não conseguindo a vitória na inauguração do estádio “Capital do Móvel”, porque uma grande penalidade fantasma, sobre o apito final, o não permitiu.
Em despedida e em passagem fugaz pelo término de duas competições de futsal, a palavra de felicitação e desejo de sorte agora nos nacionais, a Nogueirense, campeão distrital de Juniores Masculinos, tendo apenas perdido este último jogo frente ao Estrela de Monção, bem como ao clube Santa Luzia, que, apenas com uma derrota também, venceu a prova de Seniores Femininos.
Comentários: 0
0
0