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Viana do Castelo

Proibição comunitária de remover barbatanas a bordo vai parar 32 navios nacionais – armadores

24 Novembro, 2012 - 09:04

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A proibição da remoção de barbatanas de tubarões a bordo, aprovada pelo Parlamento Europeu (PE), vai implicar a paragem de 32 navios-fábrica portugueses, denunciaram hoje três associações de armadores.

A proibição da remoção de barbatanas de tubarões a bordo, aprovada pelo Parlamento Europeu (PE), vai implicar a paragem de 32 navios-fábrica portugueses, denunciaram hoje três associações de armadores.

“Cada navio tem cerca de 20 tripulantes e este negócio representa 10 milhões de euros por ano. Se esta proposta passar a diretiva, ou violamos a Lei, e avançamos para a desobediência civil, ou paramos definitivamente”, disse hoje à agência Lusa Francisco Portela Rosa, da VianaPesca.

Só esta cooperativa, com sede em Viana do Castelo, representa metade dos 32 navios portugueses que asseguram, a bordo, a transformação da tintureira, uma espécie de tubarão, antes do seu congelamento.

“O que querem impor é que estes barcos passem a congelar o peixe todo a bordo para o tratarem em terra, algo impraticável porque as barbatanas tornam-se verdadeiras facas, não é possível fazer o devido acondicionamento”, explicou ainda.

Em causa está o objetivo da Comissão Europeia, que apresentou a proposta, de prevenir a prática de ‘finning’, que consiste em aproveitar as barbatanas e rejeitar as restantes partes dos tubarões, atiradas ao mar.

“A prática de ‘finnig’ é feita no Pacífico por barcos asiáticos. Nós não fazemos nada disso, porque é que temos de servir de exemplo, quando toda a frota comunitária é responsável por apenas 7% das capturas mundiais de tubarão?”, questiona o responsável da VianaPesca.

O PE rejeitou quinta-feira uma proposta de exceção à proibição da remoção de barbatanas a bordo, apresentada pela eurodeputada portuguesa Maria do Céu Neves (PSD), o que segundo os armadores inviabilizará a continuidade desta atividade em Portugal.

A proposta aprovada no PE aguarda confirmação dos ministros das Pescas dos 27, isto apesar dos armadores insistirem que as frotas de palangre de superfície portuguesa e espanhola “aproveitam todas as partes dos tubarões capturados, das quais retiram rendimentos económicos equivalentes”.

Em comunicado conjunto, VianaPesca, Associação dos Armadores das Pescas Industriais e Associação de Armadores de Pesca Local, Costeira e do Largo, afirmam “lamentar profundamente” que uma maioria qualificada dos eurodeputados “tenha cedido à chantagem de um grupo de organizações ambientalistas”, apesar das “demonstrações” feitas pelos armadores nacionais.

“Agradecemos o voto favorável [à proposta de exceção] de 12 deputados portugueses, porque optaram pelo país e pela Economia em momento de grave crise, pensando no emprego e nas empresas”, lê-se ainda no comunicado, que critica as três abstenções e um voto contra por parte de outros eurodeputados nacionais.

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