O Centro Dramático de Viana (CDV) estreia hoje, no Teatro Sá de Miranda, aquela que é considerada a peça mais representada do mundo, “As Criadas”, de Jean Genet, cuja encenação ficou a cargo de João Grosso.
“A figura destas criadas poderá levar o espetador para a atualidade, no sentido em que elas poderão remeter para movimentos de resistência à situação política mundial”, explicou o ator e encenador, do Teatro Nacional, convidado do CDV.
Em declarações à Lusa, João Grosso admitiu tratar-se de um “texto atual” e que encarou como “um prazer” a possibilidade de o voltar a encenar “vários anos depois da primeira vez”.
“É sobretudo um desafio muito grande e estamos nos retoques de pormenor até ao último minuto da estreia”, confessou.
A estreia da peça está marcada para as 21:30, no Teatro Municipal Sá de Miranda, e obrigou a uma preparação especial por parte de uma das atrizes do CDV.
Aos 37 anos, Elisabete Pinto, atriz da companhia profissional de Viana do Castelo desde 1996, viu-se confrontada com a necessidade de encarnar, a vários níveis, a personagem “Solange”, nomeadamente rapando o cabelo.
“Percebi o propósito, para a interpretação e criação desta personagem. Mas a nível pessoal não deixa de ser algo complicado, porque tinha os cabelos longos. Desde os 13 anos que os mantinha assim, pouco cortava quanto mais rapá-lo”, admitiu a atriz à Lusa, horas antes da estreia.
Ao palco do teatro de Viana do Castelo sobem três atores do CDV, companhia que assinala em 2012 os vinte anos de atividade, sendo esta representação, em cena até 05 de maio, uma das várias iniciativas programadas para este ano.
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