Paulo Portas diz que Estaleiros Navais só conseguirão dar a volta com "grande empenhamento político"

O líder do CDS-PP, Paulo Portas, defendeu hoje que "é preciso um enorme empenhamento político" para que os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) "deem a volta" à complicada situação que atravessam.
Para Paulo Portas, o primeiro passo a dar para a viabilidade dos ENVC é colocar a empresa "em boas condições, quer do ponto de vista do trabalho que tem, quer dos resultados que apresenta, quer da capacidade demonstrada".
"Isso implica, na parte que é militar, uma firme colaboração entre Marinha, Estaleiros Navais e Ministério da Defesa. Não pode cada um estar a puxar para o seu lado. É preciso que toda a gente se empenhe para que não haja guerras de capelinhas", afirmou.
"Só a partir daí, do momento em que a empresa esteja bem, é que será possível pensar em parcerias", acrescentou.
Portas aludia assim à eventualidade da abertura dos estaleiros a capitais privados, prevista no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC).
Deu o exemplo da OGMA, cuja privatização foi "muito bem sucedida" depois de ter sido feita "uma boa reestruturação" da empresa.
"Se não tivesse havido esse esforço, provavelmente a empresa teria fechado portas e tinha havido muitos despedimentos", disse Paulo Portas.
Os ENVC foram integrados na holding das indústrias de defesa (Emporderf) no tempo em que Paulo Portas era ministro da Defesa Nacional.
"Tenho muito orgulho no trabalho que fiz para que os ENVC não fossem à falência", afirmou.
Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo fecharam as contas de 2009 com um prejuízo de 22,2 milhões de euros, sendo o passivo acumulado da empresa de 137 milhões de euros. FONTE: Lusa