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Monção

Paris: Monçanense a residir na capital francesa descreve ambiente de ‘silêncio e medo’ nas ruas

7 Janeiro, 2015 - 15:59

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Carminda Marinho reside e trabalha em Paris há 16 anos. Falou com a Vale do Minho a partir da sua casa, em Paris.

“As ruas estão completamente desertas e o silêncio é de cortar à faca”. É desta forma que Carminda Marinho, uma monçanense a residir em Paris há 16 anos, relatou à Vale do Minho o ambiente vivido nesta altura na capital francesa.
Carminda, com 36 anos de idade, lecciona francês a alunos estrangeiros. Aquilo que seria mais um dia normal de escola, tornou-se em horas de medo. “Quando saí do trabalho vi muitas movimentações nas ruas. Só quando cheguei a casa é que percebi o que se passava. Agora toda a gente está com medo de sair à rua. Evitam estar perto de escolas, de igrejas, de estações de rádio e de televisão. Todos têm medo de novos ataques”, contou a emigrante à Vale do Minho.
De casamento marcado para o próximo ano, situações destas fazem Carminda ganhar mais saudades de Monção. “Claro que para já é impossível regressar. Mas quem sabe um dia… talvez volte”, considerou. “Por um lado foi uma surpresa este atentado ter acontecido desta maneira. Por outro, já era esperado pois o jornal satírico já tinha recebido ameaças”, disse a emigrante.
Paris está em alerta máximo e Carminda continua em casa. Sem hipótese, por isso, de contactar ao vivo com outros portugueses a residir e a trabalhar na zona. “Não há quase carros nenhuns a circular na minha rua. Andam à procura das pessoas que fizeram isto. Está toda a gente com medo”, descreveu.
Recorde-se que dois homens armados atacaram hoje a redação do jornal satírico francês ‘Charlie Hebdo’, em Paris, gritando “vingámos o profeta”, segundo testemunhas citadas por uma fonte policial. O atentado causou 12 mortos, de acordo com o mais recente balanço.

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