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País parou para votar nas Presidenciais mais disputadas de sempre – Foi há 35 anos

26 Janeiro, 2021 - 10:04

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Quem votou ou pelo menos quem viveu de perto, dificilmente vai esquecer. As eleições presidenciais de 1986 ainda hoje permanecem na memória de muitos. Foram as mais disputadas de sempre e obrigaram mesmo a uma segunda volta.

No dia 26 de janeiro desse ano, os portugueses foram chamados às urnas. Apresentavam-se como candidatos Diogo Freitas do Amaral (apoiado pelo PSD e também pelo CDS), o então antigo Primeiro-Ministro Mário Soares (apoiado pelo PS), a então antiga Primeira-Ministra Maria de Lourdes Pintasilgo, e Francisco Salgado Zenha (com o apoio do PRD).

Mário Soares parecia completamente descartado entre os possíveis vencedores. Na altura da apresentação da candidatura, não contava com mais de 5% das intenções de voto. Mas a surpresa acabou por acontecer: nenhum dos candidatos conseguiu os 50% necessários para evitar a segunda volta. Diogo Freitas do Amaral vence e o segundo mais votado foi… Mário Soares.

No Alto Minho, a vitória de Freitas do Amaral durante a primeira volta foi esmagadora: 58,6% contra os 23,6% de Mário Soares.

Nos resultados nacionais, Freitas terminou a primeira volta com clara vantagem, com 46,3% – cerca de 20 pontos distanciavam-no de Soares, que conquistou 25,4% -, ficando apenas a quatro pontos da maioria absoluta. Recolheu 2.629.597 votos, enquanto o candidato apoiado pelo PS obteve 1.443.683 votos. Já Zenha conseguiu alcançar 20,8%, enquanto Pintasilgo não foi além dos 7,4%.

A segunda volta, realizada a 16 de fevereiro, trouxe a surpresa mais épica. Os votos da esquerda concentraram-se em Mário Soares. Para a memória ficou o dia 2 de fevereiro, data em que o Partido Comunista Português realizou o XI Congresso Extraordinário.

“Se for preciso tapem a cara [de Soares no boletim de voto] com uma mão e votem com a outra”, apelou Álvaro Cunhal, então líder do partido, aos militantes. As palavras surtiram um efeito extraordinário a favor de Soares.

No Alto Minho, Diogo Freitas do Amaral volta a vencer com 61,6% dos votos. Mário Soares obtém 38,4. Só durante a madrugada de 17 de fevereiro é que o apuramento ficou concluído: Soares, com 51,18% (que correspondia a 3.010.756 votos) e Freitas com 48,8 % (o que significava uma fatia de 2.872.064).

Mário Soares tornou-se assim o “Presidente de todos os portugueses” – como o próprio referiu no discurso da vitória. A 10 de março de 1986 tomou posse como 17.º Presidente da República Portuguesa. Em 1991 foi reeleito logo à primeira volta.

 

[Fotografia: DR]

 

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