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Alto Minho

País: Mais de metade dos peixes dos rios em risco de extinção (e as notícias não são boas para o rio Minho)

27 Julho, 2023 - 00:25

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Estruturas como barragens, poluição de origem doméstica e agroflorestal ou as alterações climáticas são outros perigos para os peixes dos rios portugueses.

Mais de metade das espécies de peixes de água doce existentes em Portugal estão ameaçadas de extinção, seis delas criticamente em perigo, alerta o Livro Vermelho esta quarta-feira apresentado em Lisboa.

 

Chamado de “Livro Vermelho dos Peixes Dulciaquícolas e Diádromos” (de água doce e que migram da água doce para a salgada e vice-versa), o trabalho estudou 43 espécies de peixes, sendo 32 residentes e 10 migradores, confirmando-se também a extinção de uma espécie em Portugal, o esturjão.

 

 

Alerta no rio Minho

Segundo o Correio da Manhã, a lampreia do rio está entre as seis espécies que merecem a maior preocupação por estarem “criticamente em perigo”.

 

Recorde-se que este ciclóstomo, que é um peixe pertencente ao grupo dos Agnatas, é muito apreciado na zona raiana.

 

Anualmente, entre janeiro e abril, os seis concelhos do Vale do Minho [Monção, Melgaço, Valença, Vila Nova de Cerveira, Paredes de Coura e Caminha] promovem várias iniciativas por forma a promover este prato.

 

Mas não é tudo.

 

Muito apreciado em Vila Nova de Cerveira, o sável está colocado entre as 15 espécies consideradas em perigo. 

 

Anualmente, em finais de abril, vários restaurantes daquele concelho disponibilizam nos seus cardápios o prato Debulho de Sável à Cerveirense.

 

Contam os antigos que, em Vila Nova de Cerveira, os homens pescavam o sável e as mulheres encarregavam-se de o vender de porta em porta.

 

A cabeça, o rabo, as ovas e as postas pequenas eram as menos apetecíveis, mas com arte e engenho, criou-se o debulho de sável, como forma de aproveitar essas partes menos nobres do peixe.

 

Ao sável, juntam-se outras espécies em perigo: o saramugo ou a boga-portuguesa, e na categoria de vulnerável o projeto coloca mais cinco espécies. Como resultado, 26 das espécies nativas, 60%, estão classificadas numa das três categorias de ameaça da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).

 

O Livro Vermelho apresentado segue-se a outro que foi divulgado há 18 anos.

 

Para reverter a situação, Filomena Magalhães, professora da Faculdade de Ciências, defendeu como essenciais medidas como a restauração de habitats, melhorar as condições dos sistemas aquáticos e áreas ribeirinhas, e tentar contrariar intervenções como a captação de água. E monitorizar constantemente a situação.

 

Estruturas como barragens, poluição de origem doméstica e agroflorestal ou as alterações climáticas são outros perigos para os peixes dos rios portugueses.

 

De todas as 43 espécies analisadas só oito não merecem qualquer tipo de preocupação.

 

 

[Fotografia: Rádio Vale do Minho]

Tópicos:

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