A GNR garantiu este domingo que está “muito atenta” à evolução do fenómeno Squid Game nas escolas. Squid Game é nome de um novo “fenómeno” de audiências, sendo já classificada como a série mais vista de sempre da plataforma de streaming Netflix, destronando sucessos como A Casa de Papel.
A série está classificada para maiores de 16 anos, mas a história que retrata jogos infantis tem chamado a atenção de crianças e adolescentes e está a preocupar a comunidade escolar pela violência envolvida, que já encontrou exemplos de replicação na vida real em vários pontos do mundo, nomeadamente na Galiza.
Em comunicado enviado à Rádio Vale do Minho, a GNR informa que “no dia 15 de outubro, uma página não oficial da Guarda Nacional Republicana, através das redes sociais lançou alguns conselhos e advertências aos pais, referentes à nova série televisiva Squid Game“. Aponta aquela autoridade que “a página em causa não é da responsabilidade da Guarda nem pertence a nenhum canal de comunicação oficial da Guarda, pelo que foram encetadas diligências para que a mesma fosse desativada, o que já se verificou”.
No entanto, a GNR “está muito atenta a este fenómeno, até pela presença ativa na comunidade escolar, junto de crianças e jovens. Ao longo das diversas ações de sensibilização que fazemos junto da comunidade escolar iremos continuar a reforçar os conselhos e os perigos que a violência transmite às crianças e aos jovens e a importância da sua monitorização”.
“A meu ver, a classificação até devia ser para maiores de 18 anos. O grau de violência é muito elevado. Preocupa-me sobretudo que as crianças possam ter acesso a estes conteúdos”, alertou ao Diário de Notícias o fundador da Academia Educar pela Positiva, Nuno Pinto Martins.
Para o especialista, “é muito importante que, sobretudo até à entrada na adolescência, estes conteúdos não estejam disponíveis. Os meus filhos têm acesso à Netflix apenas na sala e com um perfil criado para a idade deles, o que permite que só surjam conteúdos até aos 12 anos”, explicou.
Galiza em alerta
A preocupação está a tomar conta dos professores do 1º Ciclo do Ensino Básico na Galiza, Espanha. Tudo porque nos últimos dias chegam relatos de vários estabelecimentos “onde crianças de oito, nove e 10 anos“, de acordo com o La Voz de Galicia, replicam de forma evidente cenas de Squid Game, uma série sul-coreana – considerada violenta – mas que se tornou um fenómeno global através da Netflix. A série é recomendada apenas a maiores de 16 anos.
Com o Halloween à porta, já há escolas a tomar medidas drásticas por toda a Espanha. Em Madrid, conta ainda aquele jornal, já existe uma escola onde a direção proibiu totalmente fantasias relacionadas com aquela série.
Psicólogos preocupados, mas surpreendidos
Em declarações ao La Voz de Galicia, a presidente da Secção de Psicologia Educacional do Colégio Oficial de Psicologia da Galiza, Manuela del Palacio García, admitiu que o cenário é preocupante, mas manifestou alguma surpresa perante o cenário.
“Há anos demos o alerta sobre menores que consomem pornografia sem qualquer filtro ou controlo. Há também menores a consumir jogos que incitam o vício. Agora chegou esta série e de repente todos os alarmes disparam porque são conteúdos violentos!”, exclamou. “Têm maior importância do que a pornografia ou o vício do jogo?”, questionou.
No entanto, outros especialistas alertam que “ter filhos a fazer isso nas escolas não significa que tenham visto a série”. Ou seja, pode ter chegado a eles “através de plataformas como o YouTube, Tik Tok”, entre outras.
Segunda temporada? Talvez
A segunda temporada da série não está confirmada. Hwang Dong-hyuk criou a série, escreveu o argumento e foi o realizador de todos os episódios, o que já o levou a dizer que se criar uma Squid Game Season 2 precisará de ajuda.
No entanto, apesar de não confirmar concretamente uma nova temporada, admitiu ao Hollywood Reporter que já tem várias ideias para futuros episódios.
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