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A falta de componentes eletrónicos para o fabrico de automóveis pode durar até 2023. De acordo com notícia avançada pela TSF, o cenário é admitido por um dos maiores produtores europeus, deitando por terra a expectativa de que o problema poderia ser resolvido no próximo ano.
Estes componentes são fundamentais para o setor automóvel mas não só. Sem eles, é impossível fabricar muitos engenhos que deles dependem. Os automóveis, com capacidades cada vez mais complexas, são o setor mais afetado. A Peugeot, por exemplo, abandonou os velocímetros eletrónicos para voltar aos velhinhos ponteiros que marcam os quilómetros/hora.
As dificuldades começaram com o início da pandemia, que colocou a nu as dependências das cadeias globais de abastecimento. Com o mundo a fechar por causa do coronavírus, muitas fábricas encerraram e o abastecimento esteve parado durante meses. Ao mesmo tempo, com mais pessoas em casa, a procura por tecnologia aumentou.
Depois, a reabertura da economia não foi homogénea em todo o mundo, contrariando a expectativa de que a disrupção poderia ser curta e com pouco impacto.
Para dificultar anda mais, esta falta de componentes acontece ao mesmo tempo que os fabricantes estão a fazer a transição para os automóveis elétricos, ainda mais dependentes dos chips eletrónicos.
O setor automóvel é o mais afetado, mas a falta de semicondutores afeta muitos outros, como os fabricantes de telemóveis e até de consolas de videojogos.
Em Portugal, recorda ainda a TSF, o setor dá trabalho a mais de 60 mil pessoas. O presidente da Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel, José Couto, receia que o prolongamento das dificuldades de fornecimento de componentes eletrónicos possa ter consequências no emprego.
“Isso é uma coisa que não queiramos que acontecesse, porque, de facto, estamos a falar de pessoas muito bem treinadas, muito competentes, com capacidades extraordinárias”, refere, acrescentando que tem de se esperar para ver o que pode acontecer e “se isto significa de imediato uma diminuição da capacidade instalada nas empresas”.
[Fotografia: Ilustrativa / DR]
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