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Paredes de Coura

P. Coura: Já provou estrolho de lampreia? – É dos últimos ‘gritos’ da moda gastronómica

4 Fevereiro, 2019 - 17:41

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É o último grito da moda em lampreia do rio Minho. Chama-se estrolho de lampreia. Mas, para chegar a este prato, foram precisos mais de 100 anos. Temos de recuar […]

É o último grito da moda em lampreia do rio Minho. Chama-se estrolho de lampreia. Mas, para chegar a este prato, foram precisos mais de 100 anos. Temos de recuar ao tempo da I Guerra Mundial (1914-1918). O país era assolado pela fome. O Alto Minho não era exceção e em Paredes de Coura os dias não eram fáceis. 

Face à escassez de arroz no mercado, a população, nomeadamente as donas-de-casa da altura, substituíram-no por milho partido. Chamaram-lhe estrolho. Tornou-se uma presença habitual à mesa dos courenses naqueles dias de incerteza em que muitos jovens do Alto Minho eram subitamente recrutados nos campos agrícolas e transformados em soldados num ápice. Nunca tinham pegado numa arma. Eram levados para longe das suas casas. Alguns nem sabiam bem ao que iam. Vários desafortunados acabaram por não regressar.

O estrolho acabou por cair no esquecimento. Volvidos 100 anos após a Grande Guerra, em 2015, o prato renasce de forma repentina em vários restaurantes do concelho. Entre eles, por exemplo, a Casa do Xisto. Escreveu na altura o jornal Sol que  “a receita se revelou um êxito e passou a constar da carta diária do restaurante”.

Era um prato diferente. Poucos o tinham ainda provado. Mais diferente se tornou quando, no ano seguinte, o empresário valenciano João Guterres decidiu dar-lhe um toque original de lampreia. Tornou-o único e tem marcado presença desde então nas aberturas da época da lampreia no Vale do Minho promovidas pela ADRIMINHO. Intitulada Lampreia do Rio Minho – Um Prato de Excelência, esta iniciativa teve este ano como palco o Restaurante Abrigo do Taboão, em Paredes de Coura. Previsivelmente, o estrolho de lampreia brilhou tendo sido um dos pratos mais destacados e elogiados por todos.

Outro dos objetivos, explicou João Guterres à Rádio Vale do Minho, passa por aproximar a lampreia aos mais jovens. Tidos como pouco apreciadores das duas formas de confeção mais tradicionais (arroz de lampreia e lampreia à bordalesa), os especialistas do Vale do Minho têm criado nos últimos anos várias formas inovadoras de apresentar este ciclóstomo à mesa. Entre as mais badaladas estão o sushi de lampreia, a pizza de lampreia e até fiambre de lampreia já fazem parte do rol de novidades que vão surgindo todos os anos.

A iniciativa Lampreia do Rio Minho – Um Prato de Excelência é promovida pela ADRIMINHO, em parceria com os seis municípios do Vale do Minho – Caminha, Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Valença e Vila Nova de Cerveira -, e que visa a promoção de um recurso local com forte impacto na economia local – a lampreia – tornando o Vale do Minho um destino gastronómico de excelência. Durante fevereiro e março, cerca de 100 restaurantes do Vale do Minho vão servir a lampreia confecionada das mais variadas formas.

 

[Fotografia: Cecília Pereira]

 

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