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“Todas as relações comerciais entre o Município de Vila Nova de Cerveira e o Banco Santander vão ser descontinuadas”. A garantia foi deixada à Rádio Vale do Minho pelo presidente da Câmara, Fernando Nogueira, que se mostrou profundamente desagradado com o anunciado encerramento da dependência do banco naquele concelho.
“Não estamos zangados com ninguém. Estamos é zangados com o procedimento que eles estão a tomar. Estão a esquecer-se de que ainda existe muita gente no nosso território com dificuldades em aceder às novas tecnologias”, lembrou o autarca cerveirense.
Perante a administração do banco, Fernando Nogueira lembrou alguns dos números que orgulham os cerveirenses. O concelho, “só em volume de exportações, ronda os 700 milhões de euros (dados referentes a 2017) e onde à data pré-COVID-19 empregava mais de 4.300 trabalhadores”. Mas em vão.
“Eles próprios reconhecem que temos excelentes índices. No entanto, disseram-nos que é a política do banco. Uma política que passa por ter dependências nas capitais de distrito e numa ou outra vila/cidade mais populosa. A única forma que temos de contestar é deixarmos de ter quaisquer relações comerciais com eles”, desabafou Fernando Nogueira.
Em pouco mais de quatro meses, Vila Nova de Cerveira ficou reduzida a metade dos bancos que tinha. No passado mês de junho fechou portas a dependência do Millennium BCP. Foram-se dois… e ficaram dois: a Caixa de Crédito Agrícola e a Caixa Geral de Depósitos.
“É um golpe duro. Mas vão ganhar os dois bancos que ficam. Aliás, a Caixa de Crédito Agrícola tem visto o volume de negócios aumentar em Cerveira”, sublinhou.
O encerramento definitivo da dependência de Vila Nova de Cerveira está marcado para o próximo dia 20 de novembro. Este balcão passará para Caminha, conforme refere a notificação já enviada aos clientes.
Entre junho de 2019 e junho deste ano, o Banco Santander encerrou 25 balcões e passou a contar com menos 167 trabalhadores. Os dados foram divulgados pelo próprio banco e noticiados pelo jornal Observador.
De acordo com o comunicado (lucro de 172,9 milhões de euros até junho, menos 37% face a período homólogo), o Santander Totta contava, no final de junho, com 6.163 trabalhadores, menos 167 do que no mesmo mês de 2019. Quanto a agências, eram 491 em junho, menos 25 do que em 2019.
[Fotografia: Município VN Cerveira]
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