Chama-se Sara Silva. Tem 26 anos. Nasceu em Viana do Castelo. Parte da infância e adolescência foram vividas em Valença.
Atualmente, conta o jornal Luso-Americano, é agente da Polícia de Bound Brook, em New Jersey, nos Estados Unidos da América.
Tinha apenas 16 anos quando chegou àquele país. Frequentou o liceu durante dois anos. Formou-se depois em criminologia.
Porém, o fascínio pela polícia não a abandonava desde criança.
“Foi mesmo desde pequena que queria entrar na polícia. E por influência de uma prima que tinha na Polícia Judiciária (PJ) em Lisboa que, quando ia ao Minho, me contava histórias de coisas que vivenciava e que achava interessante. Portanto, foi sempre o que quis fazer”, revelou a agente àquele jornal.
É então que a oportunidade surge.
Ainda estava a fazer a formação superior quando consegue estágio na Polícia de Bound Brook.
“Tinha interesse em saber como funcionava a polícia aqui. No final do estágio concorri a uma posição part-time nos arquivos e acabei por ficar, até que em 2022 fui contratada a tempo inteiro depois de ter feito 6 semanas de academia policial em Morristown”, conta.
[créditos: cortesia Henrique Mano jornal Luso-Americano]
[créditos: cortesia Henrique Mano jornal Luso-Americano]
Segunda mulher em mais de 110 anos
A alto-minhota começou logo a fazer história.
Confirmou o jornal Luso-Americano que “é mesmo a segunda mulher na história de mais de um século e uma década daquela Polícia e uma de apenas duas actualmente ao serviço das forças de segurança do município”.
No total, a Polícia conta com cerca de 30 elemenos para garantir segurança aos 12 mil habitantes daquela comunidade. Sara Silva faz turnos diários de 12 horas de trabalho.
A alto-minhota faz um pouco de tudo: patrulha as ruas, dá resposta a ocorrências ligadas a acidentes de viação, violência doméstica, emissão de multas, poluição sonora, entre outras.
[créditos: cortesia Henrique Mano jornal Luso-Americano]
Nem só inglês se fala ali e a agente Sara Silva ganha vantagem nisso.
“Ser bilingue é muito importante para o nosso trabalho. Às vezes até só chamada a ser de intérprete em casos de polícia em cidades vizinhas onde não há agentes que falem mais que uma língua”, refere.
Lamenta que este tipo de profissão seja ainda muito associada aos homens.
No entanto, reconhece, “já já se nota uma grande evolução. Há mais mulheres à procura de fazer carreira policial e a serem reconhecidas como profissionais competentes”.
[créditos: cortesia Henrique Mano jornal Luso-Americano]
Elogiada pela Câmara Municipal local
Na comunidade onde exerce funções, a agente Sara Silva é estimada e valorizada pela população. Nem a Câmara Municipal local fica indiferente.
“A agente Sara Silva é um elemento que acrescenta uma grande mais-valia à nossa polícia”, disse o vereador Shawn Guerra ao jornal Luso-Americano, também aquele de origem portuguesa.
“Sendo bilingue, contribui de forma positiva para a comunidade no seu todo e é, em particular, uma voz importante para quem se expressa em português e espanhol”, destacou.
[créditos: cortesia Henrique Mano jornal Luso-Americano]
“Não me arrependo mesmo nada da escolha que fiz”
Sara Silva garante ter tido sempre o apoio dos pais. Aconselha outras mulheres interessadas na polícia a nunca desistir do sonho.
“No início, na academia, é mesmo muito difícil e chegamos a pensar que não o conseguimos, é muita pressão. Mas desistir, nunca. Vale muito a pena, para além de que tenho colegas incríveis. Não me arrependo mesmo nada da escolha de carreira que fiz”, refere.
E Portugal? A ligação ao Alto Minho permanece sempre. É por cá que tem grande parte da família materna. “Estive lá duas semanas em julho”, concluiu.
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