Os moradores do Cabedelo, em Darque, vão pedir esclarecimentos a vários organismos públicos sobre o licenciamento de uma fábrica de capitais portugueses e holandeses a instalar junto ao porto de mar de Viana do Castelo.
“Existe um Plano de Ordenamento do Território e, por algum motivo, as fábricas são instaladas nas zonas empresariais do concelho. O porto de mar é apenas para carregar e descarregar mercadorias, não para ter uma fábrica, pelo que queremos esclarecimentos”, afirmou à Lusa Rocha Neves, porta-voz da associação de moradores do Cabedelo.
O grupo luso-holandês Royal Lankhorst Euronete começa esta quinta-feira a construir uma fábrica de cabos para amarração de plataformas petrolíferas, que empregará 70 trabalhadores, num investimento de 6,5 milhões de euros.
O presidente daquele grupo, José Gramaxo, avançou à Agência Lusa que a fábrica será instalada junto ao porto de mar de Viana do Castelo para facilitar a exportação da produção por via marítima e deverá começar a laborar “até final de agosto deste ano”.
Argumentos que não convencem os moradores da zona do Cabedelo, em Darque, Viana do Castelo, que dizem desconhecer o projeto
“Soubemos desta fábrica há uma semana, ao reunirmos com a administração do porto de mar, mas não temos mais nenhuma informação sobre o que será e porque é que se vai instalar naqueles terrenos. Não sabemos que tipo de impactos vai ter, pelo que estamos preocupados”, apontou, por seu turno, Rocha Neves, após uma assembleia-geral de moradores daquela zona.
Na mesma reunião, realizada na terça-feira, os moradores decidiram solicitar à Câmara de Viana do Castelo, aos ministérios da Economia e do Ambiente e à autoridade portuária toda a informação relativa ao processo de licenciamento desta unidade.
Segundo José Gramaxo, a Royal Lankhorst Euronete emprega em Portugal mais de 700 trabalhadores, distribuídos pelas unidades de Boticas (222), Murça (34), Maia (452) e Póvoa de Varzim (24).
Contudo, esta última unidade será “descontinuada”, com a produção de cabos de ancoragem e respetivos trabalhadores transferidos para a nova unidade de Viana do Castelo, onde serão criados “entre 40 a 50 novos empregos”, além dos 24 deslocados.
Uma outra parte da produção até agora realizada na Póvoa de Varzim, de cabos marítimos, será deslocalizada para a unidade da Maia.
Na fábrica de Viana do Castelo serão produzidos cabos para amarração de plataformas petrolíferas, entre outros, num total anual estimado de 3.000 toneladas, exclusivamente para exportação.
O primeiro projeto desta unidade terá como destino o mar de Barents, entre a Noruega e a Rússia, já na segunda metade de 2013, para servir as plataformas petrolíferas e de prospeção de gás ali instaladas.
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