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Monção

Monção: João Verde morreu há 84 anos

7 Fevereiro, 2018 - 04:38

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João Verde faleceu há 84 anos. Foi no dia 7 de fevereiro de 1934 que Monção viu partir um dos seus maiores ícones literários. Batizado com o nome de José […]

João Verde faleceu há 84 anos. Foi no dia 7 de fevereiro de 1934 que Monção viu partir um dos seus maiores ícones literários. Batizado com o nome de José Rodrigues Vale, o poeta viria adoptar o pseudónimo de João Verde nas suas mais variadas obras.

Poeta maior das letras monçanenses, nasceu em 1866, no Largo da Palma, e faleceu em 1934, na Casa do Arco, Rua Conselheiro Adriano Machado, conhecida localmente como Rua Direita.

Exercendo como secretário da Câmara Municipal de Monção, desde 22 de julho de 1891 até à data do seu falecimento, a vida literária de João Verde distribuiu-se pela criação poética em verso e em prosa e pelo jornalismo, publicando textos seus nos jornais Aurora do Lima, A Terra Minhota, Alto Minho, Monsanense e Independente. Em 1901, funda O Regional (1901 – 1918).

João Verde estreou-se na poesia com a publicação de Musa Minhota, 1887, seguindo-se N`Aldeia, 1890. A sua obra mais conhecida, Ares da Raia, foi impressa em Vigo e lançada em 1902. A tiragem foi de 700 exemplares, 500 para Portugal e 200 para a Galiza. Por incluir dois poemas em galego, João Verde foi inscrito, mais tarde, na catedrática Santiago de Compostela como o XV poeta galego. Colaborou com a revista Branco e Negro. Dois anos depois da sua morte, a Câmara de Monção reproduziu em azulejo aquele que é um dos seus poemas mais conhecidos, retirado do livro Ares da Raia:

 

Vendo-os assim tão pertinho

A Galiza mail`o Minho

São como dois namorados

Que o rio traz separados

Quasi desde o nascimento

Deixai-os, pois, namorar

Já que os paes para casar

Lhes não dão consentimento.

 

A memória de João Verde está viva em todos os monçanenses através das reedições em poesia e prosa das suas obras, do busto em bronze e mural com o poema Vendo-os assim tão pertinho, na Avenida General Humberto Delgado, conhecida como Avenida dos Néris, do nome atribuído à principal sala de espetáculos de Monção, Cine Teatro João Verde, bem como na designação da ponte internacional entre Monção e Salvaterra de Miño: Ponte Internacional João Verde/Amador Saavedra.

Na publicação João Verde: Vida e Obra, 1961, Gentil de Valadares referiu-se ao poeta desta forma: “O nome de João Verde – nome que consubstancia o português de lei, o regionalista fervoroso, o poeta d`a Galiza e mail`o Minho, o funcionário por excelência serviçal, o cidadão amigo do semelhante -, brilhará em letras de oiro, com incontestável direito, legitimamente, no pergaminho monçanense. Quanto dariam outras terras por ter o amor de tal filho!”

 

Mural com o icónico poema de João Verde, na Avenida General Humberto Delgado, em Monção

 

 

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