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Monção

Monção eternizou passagem do comboio na ponte – Veja as FOTOS

24 Abril, 2021 - 12:10

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Eterno. O momento da passagem do comboio pela antiga ponte ferroviária de Monção foi este sábado elevado ao para todo o sempre com uma escultura férrea na forma de uma locomotiva dos princípios do século passado.

A obra de arte, com o nome de Bruma, foi erguida precisamente em cima da ponte onde em tempos passaram inúmeros comboios que chegavam e deixavam a vila berço do Alvarinho. Tem a assinatura da artista Ana Almeida Pinto.

Apesar de desativada desde 1989, a linha férrea sobrevive hoje em formato memória, como uma presença incorpórea que deixou marcas na geografia e no património local.

O comboio e a linha férrea continuam a ser fortes presenças no imaginário popular da vila de Monção, fruto da importância que tiveram no desenvolvimento do território, não só como facilitador de deslocação de pessoas e de bens entre todo o Minho e terras transfronteiriças, mas também como catalisador para a criação de relações sociais e económicas que ainda hoje imperam, dando origem a histórias e tradições conjuntas que prevalecem no quotidiano das comunidades locais.

“A obra encontra a sua plenitude na presença física de quem a atravessa, oferecendo um percurso sensorial e nostálgico que inscreve um novo património na paisagem envolvente, testemunhando o passado e oferecendo-se ao futuro como espaço de reflexão, partilha e encontro”, explicou a artista.

O presidente da Câmara, António Barbosa, mostrou-se muito agradado com a obra da artista. Enalteceu desde logo o esforço que o Executivo tem feito em juntar a área cultural com o património,

“Já tivemos aqui o comboio. Há mais de 30 anos que desapareceu e dificilmente voltará. Devemos olhar isso de uma forma triste… sim… mas ao mesmo tempo sabendo que o futuro trará outras coisas boas”, disse Barbosa. “Eu próprio tenho recordações do pequeno bilhete que aqui se tirava e dessas viagens que muitos faziam até, por exemplo, Vila Praia de Âncora”, lembrou.

“Aqui existiram histórias, partilhas, muita gente se conheceu nestas viagens e isso conta muito daquilo que é a nossa história. E só respeitando a nossa história podemos celebrar o presente e de certeza que teremos um futuro muito melhor”, assegurou o autarca.

 

 

Uma história que começa em 1915

 

 

Foi a 15 de junho de 1915 que o comboio chegou pela primeira vez a Monção. Durante praticamente todo o século 20, esta estação sempre foi um espaço de grande movimento.

Chegou então aquele ano de 1989. Para grande tristeza do povo, a gare ferroviária foi desativada. Nove anos depois, em 1998, o historiador José Hermano Saraiva deslocou-se a Monção onde gravou um programa inteiramente dedicado ao concelho. Começou precisamente pela estação ferroviária já desativada.

“Antigamente chegava aqui o caminho de ferro. Isto era uma festa. Iam mercadorias… ia o vinho… havia gente e romarias. Agora até os carris levaram”, lamentou enquanto a câmara mostrava imagens de um edifício deixado ao abandono. “Há nove anos que a estação está fechada e a apodrecer! Em nove anos não arranjaram maneira de dar um destino novo à estação”.

 

 

A estação ferroviária de Monção em pleno funcionamento nos princípios do século 20

[Fotografia: DR]

 

“Esta situação repete-se em muitos pontos do país! Fecham as linhas. Fecham as estações. E há belas casas que podiam servir para muita coisa até porque também têm interesse histórico”, alertou José Hermano Saraiva. “O comboio também faz parte da nossa história!”, defendeu.

 

 

Estação demorou quase 30 anos a ganhar nova vida

 

 

José Hermano Saraiva falou sobre esta matéria em 1998. Faleceu 14 anos depois, em 2012. E teriam de passar mais cinco anos para que finalmente o edifício da antiga estação ferroviária de Monção conhecesse uma nova vida.

Foi a 25 de abril de 2017 que aquele espaço se tornou aquilo que ainda hoje continua a ser: a sede da Banda Musical de Monção. O Município era então presidido por Augusto Domingues (PS).

25 de abril de 2017 – Concluída a requalificação do antigo edifício da estação

[Fotografia: Arquivo / Município Monção]

 

“Regozijo-me especialmente por Monção ter tido a audácia de requalificar esta centenária estação para que agora seja a casa de quem merecia”, disse na altura o Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, sem nunca perder o sorriso aberto perante a multidão que o ouvia em pé. “Esta sede é mais do que simplesmente uma sede. É um presente que sinto estar a ser recebido como algo que era há muito desejado e por isso e adotado hoje por quem de efetivamente é”.

 

 

Monção não deixa morrer a memória ferroviária

 

 

Entretanto, em outubro de 2017, a Câmara mudou de cor política. António Barbosa (PSD) passou a estar ao leme do Município. 

O novo edil monçanense fez questão de preservar ainda mais a memória ferroviária, nunca esquecendo o alerta deixado por José Hermano Saraiva.

Em finais de 2018, foi dada como concluída a recuperação total do antigo depósito de água“Valorizamos a memória coletiva dos monçanenses e embelezamos uma área que, no futuro, será objeto de uma profunda intervenção de revitalização urbana”, congratulou-se o novo presidente da Câmara.

 

Em 2018, o depósito de água da antiga estação foi totalmente requalificado

[Fotografia: Município de Monção / Outubro 2018]

 

Mais recentemente, o antigo armazém da CP [que esteve em risco de ser demolido] começou a dar lugar a uma incubadora de empresas – será o Habitar Criativo de Monção.

O novo espaço, localizado numa das principais entradas do centro histórico da vila, “tem como objetivo apoiar os jovens empreendedores no processo de desenvolvimento e consolidação das suas atividades profissionais, visando dinamizar e diversificar a economia local, ampliar e modernizar o tecido empresarial e criar postos de trabalho estáveis e qualificados”, relembra a autarquia presidida por António Barbosa.

“Este espaço permitirá que os jovens empreendedores possam iniciar a sua atividade profissional a custos reduzidos e num ambiente favorável à criatividade e partilha de projetos e ideias”, assumindo-se como “uma ajuda importante para quem dá os primeiros passos no mundo laboral”, refere António Barbosa.

 

 

Antigo armazém da CP em Monção dará lugar a incubadora de empresas

[Fotografia: Município Monção / Janeiro 2021]

 

 

Ao mesmo tempo, adianta o autarca monçanense, “assegura a fixação de talentos na nossa terra, contribui para a criação de postos de trabalho qualificados, potencia a atratividade empresarial do nosso concelho, e diversifica a economia local com o aparecimento de negócios inovadores”.

O novo equipamento, que será objeto de uma profunda intervenção de reabilitação estrutural e espacial, compreende dois pisos, ligados por escada e plataforma elevatória para utilização por pessoas de mobilidade reduzida. Estão previstos lugares de trabalho em openspace, gabinetes individuais, sala de reuniões/formação, e espaço de convívio.

 

 

Resultado de residência artística

 

 

A escultura inaugurada este sábado, na antiga ponte ferroviária, é resultado de uma residência artística realizada pela autora da obra durante o passado mês de janeiro. O momento integrou-se no programa do Município de Monção para as celebrações do 47º aniversário da Revolução de 25 de Abril de 1974.

O projeto de residência artísticas é uma iniciativa de promoção da cultura, dos artistas e do turismo sob a marca “AMAR O MINHO , com o apoio do Norte 2020 e dos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento, que cria a maior rede de residências artísticas nos 24 municípios representados pelas três Comunidades Intermunicipais (CIM) da região, numa estratégia concertada que se destina a reforçar a identidade cultural do Minho e, desta forma a dinamizar o território do ponto de vista artístico e turístico.

Do Alto Minho ao Ave, passando ainda pelo Cávado, o programa inclui artistas, nacionais e estrangeiros, que, até junho de 2021, vão habitar o território e recriá-lo em projetos de arte em espaço público, artesanato, fotografia, música, dança e literatura.

 

Veja a nossa galeria de fotos da inauguração nova escultura:

 

[Fotografia capa: DR / Rádio Vale do Minho]

 

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