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Monção: Eis a Coca… de Bordalo II – Veja as FOTOS

24 Abril, 2021 - 12:44

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Tem oito metros de altura e foi inteiramente construída com… lixo. É mesmo esse o termo. É a mais recente obra do artista Bordalo II e representa aquele que é, provavelmente, o animal mais famoso em Monção: a Coca – um dragão que, diz a lenda, foi vencido por São Jorge numa luta entre o mal e o bem.

A obra de Bordalo II está exposta numa das paredes do novo museu Monção&Memória, também inaugurado este sábado, e mereceu calorosos elogios por parte do presidente da Câmara.

Uma obra que alerta para “um futuro que nos preocupa a todos nós, na questão da sustentabilidade e do ambiente”, referiu António Barbosa tendo lançado de seguida um profundo agradecimento a Bordalo II. Recorde-se que, nas suas obras, o artista costuma dar sempre corpo a animais ainda existentes, em vias de extinção ou já extintos. Foi em Monção que, pela primeira vez, construiu um animal lendário.

 “Os materiais que usei são os que costumo usar nestes trabalhos: lixos, resíduos e de tudo o que sobra da parte consumista”, explicou Bordalo II aos jornalistas.

A intenção final, apontou, acaba por ser uma “inversão de papéis” entre o que é bem e o que é mal. “Na história, a Coca era o bicho mau e o homem matava a Coca para resolver o problema. Mas nos dias de hoje, as coisas são mais sérias. O homem tende a ficar o bicho mau e em vez de matar ou arrasar a natureza, deve fazer uma introspeção sobre os seus hábitos”, disse Bordalo II.

É conhecido como “o homem que do lixo faz arte”. E quando se fala de lixo, é mesmo isso. Chapa, plástico, bidons e contentores são moldados e encaixados uns nos outros até se tornarem, geralmente, na pele de um qualquer animal. E, depois, tinta por cima. De acordo com uma reportagem da Notícias Magazine, pode demorar dois dias, nunca demora mais do que uma semana.

Algumas das suas criações medem vários andares de altura – e a maior que fez até hoje foi uma andorinha em Lodz, na Polónia, misto de pintura e escultura instalada na fachada de um edifício com três pisos.

“Tenho a preocupação de ser fiel à fisionomia das espécies que reproduzo, muitas vezes recorro a imagens muito técnicas. A diferença está precisamente nas texturas e nos relevos que crio com todo o desperdício que existe nas cidades”, disse o artista.

“É na verdade um misto de crítica social com humor negro, é a materialização da inquietação que sinto com o que está a acontecer no mundo”, disse o artista àquela publicação. E o planeta, diz ele, está a tornar-se um lugar perigoso.

Desde que começou a trabalhar com estes materiais, em 2012, já gastou 28 toneladas de resíduos.“Infelizmente, nunca tenho problemas para arranjar mais lixo. O meu bem é o mal do mundo”, contou Bordalo II.

Anda mais em ferros-velhos do que em lixeiras, também tem contactos com autarquias para que lhe entreguem materiais destinados aos aterros.

 

Veja a nossa galeria de fotos:

 

[Fotografias: Rádio Vale do Minho]

 

 

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