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Monção: Carta anónima dirigida ao vereador do Urbanismo deixa Executivo em choque

24 Setembro, 2019 - 07:38

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PUB O presidente da Câmara de Monção recebeu uma carta anónima onde, revelou António Barbosa (PSD) esta segunda-feira, são denunciadas alegadas ilegalidades que estarão a ser cometidas pelo vereador do Urbanismo […]

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O presidente da Câmara de Monção recebeu uma carta anónima onde, revelou António Barbosa (PSD) esta segunda-feira, são denunciadas alegadas ilegalidades que estarão a ser cometidas pelo vereador do Urbanismo e Obras, Duarte Amoedo.

Visivelmente incomodado com o teor da carta e com o facto de a mesma não ser assinada, António Barbosa foi taxativo quanto ao destino dado ao documento. “Posso dizer-vos que, desde que sou presidente de Câmara, já recebi várias denúncias. Sabem qual é o caminho que lhes dou? Participação ao Ministério Público. Sejam elas sobre o presente ou sobre o passado”, garantiu Barbosa. “Tudo o que é mencionado nessa carta não passa de uma fantochada! A porta da Câmara está sempre aberta para o Ministério Público e para toda a gente”, prosseguiu.

“Há processos que incomodam muita gente, como o da Praça da República. E como incomodam, o mais fácil é fazer denúncias anónimas no sentido de passar a ideia de que estamos a cometer alguma ilegalidade”, discerniu o edil social-democrata. “Na Câmara de Monção não há podres! A governação desta Câmara é a mais transparente desde o 25 de abril! Não digo que é mais que outras… mas, no mínimo, é igual”.

 

António Barbosa: “Há pessoas a quem dá gozo falar da vida dos outros, quando não têm a própria para tratar.”

 

A Rádio Vale do Minho tentou aceder ao conteúdo da carta na íntegra. Não foi possível. No entanto, Barbosa deixou ainda alguns recados que dão uma ideia mais clara das linhas escritas. “Lamento os poucos escrúpulos dessas pessoas que andam na rua a falar mal de gente alheia pondo em causa a vida de pessoas, de gente que tem filhos e uma vida pessoal!”, disparou. “Há pessoas a quem dá gozo falar da vida dos outros, quando não têm a própria para tratar”.

“A Câmara de Monção, no que diz respeito a licenciamentos de obras públicas, está de consciência tranquila. Está tudo legalíssimo”, frisou. “Continuem a fazer denúncias! Quantas mais fizerem, mais transparência e mais qualidade é mostrada sobre a nossa atuação”, desafiou o edil monçanense.

Em tom ainda mais magoado, o presidente da Câmara lançou um olhar à esquerda. Mais um desabafo. “Custa-me ver antigos governantes – e não estou a dizer que são os que estão aqui na mesa [Augusto Domingues e Paulo Esteves] – com o rabo muito preso relativamente a obras, sejam os primeiros na mesa do café a falar sobre o que está feito de forma correta e transparente”, concluiu.

 

 

“Não admito este tipo de denúncias! É uma autêntica cobardia!”

 

Na sua intervenção, o vereador do Urbanismo e Obras definiu a carta como “um ataque pessoal e de cobardia”. Em sintonia com as palavras do presidente da Câmara, o autarca disse-se de “consciência tranquila”. “Tenho feito as coisas todas bem. Sem beneficiar ninguém. Sem prejudicar ninguém. Espero não ter cometido erros… mas quem não comete erros que atire a primeira pedra”.

Mas o documento não fala em erros. São “ilegalidades”. “O que mais me dói nesta carta é ver referida a empresa do meu pai da qual eu fazia parte antes de vir para a Câmara. Tanto o Sr. Presidente como o Sr. Vice-Presidente sabiam qual era a minha atividade profissional antes de eu vir para a Câmara”, lembrou.

A empresa, fundada há mais de 40 anos e dedicada à venda de materiais de construção, já recebeu vários votos de louvor do anterior Executivo Municipal socialista [2013-2017]. “É uma empresa de gente honesta tal como eu me considero honesto! Não admito este tipo de denúncias! É uma autêntica cobardia!“, classificou Duarte Amoedo.

De palavras embargadas pela emoção, o autarca diz-se “desiludido” com a situação. “Fui o primeiro a pedir ao Presidente da Câmara para enviar esta carta para o Ministério Público. Quero dormir descansado”, finalizou.

 

Augusto Domingues: “O PS não quer fazer política assim”

 

A oposição socialista na Câmara de Monção recebeu também um exemplar da mesma carta. Caiu nas mãos do vereador Augusto Domingues. “Uma carta anónima não vale nada! Enquanto presidente da Câmara [2013-2017] senti bem na pele o efeito de anónimos”, recordou. “É uma carta com meras presunções e sem nenhuma prova. Portanto, não vale”.

Também visivelmente consternado com a situação, o autarca deixou claro que “o PS não quer fazer política assim”. “Obviamente que somos oposição. Almejamos um dia ser posição, mas não assim”.

Já sobre o passado, o antigo presidente da Câmara disse-se também tranquilo. “Toda a liberdade para investigar o que entenderem. Poderão encontrar um ou outro erro que eu tenha feito… Erro! Erro!”, exclamou deixando implícita a distância até à “ilegalidade”.

“Durante o meu mandato, o Ministério Público veio cá duas vezes e a Polícia Judiciária pelo menos três. Nunca levaram nada. Zero”, contou. “O que eu recebi foi somente cobardia anónima. E eu não faço política com esse tipo de procedimentos. Obviamente que o PS quer voltar ao poder, mas de forma limpa”.

Ainda do lado socialista, Paulo Esteves – que foi vereador da Cultura entre 2013 e 2017 – mostrou total solidariedade com o vereador Duarte Amoedo. “É vergonhoso! É asqueroso! Mas enfim… é o que temos”, qualificou. Quanto ao passado, foi pragmático. “Quem não deve, não teme”.

 

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