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Monção/Cambeses: Confraria de Nª Srª dos Milagres… não existe!

1 Março, 2018 - 03:18

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A Confraria de Nª Srª dos Milagres não existe. A certeza foi deixada à Junta de Freguesia de Cambeses pelo próprio pároco num comunicado revelado e lido pela autarca socialista […]

A Confraria de Nª Srª dos Milagres não existe. A certeza foi deixada à Junta de Freguesia de Cambeses pelo próprio pároco num comunicado revelado e lido pela autarca socialista local, Catarina Lourenço, esta quarta-feira, em sessão da Assembleia Municipal de Monção. “Na Paróquia de Cambeses não há qualquer confraria ativa neste momento. Apenas uma Irmandade de São José, que funciona na dependência da paróquia, sem qualquer personalidade jurídica”, esclarece o Padre André Filipe Gonçalves no documento enviado à Junta. “Houve, outrora em funcionamento, sediadas na Capela de Nossa Senhora dos Milagres, três confrarias: a Confraria de Nossa Senhora do Carmo, a Confraria do Divino Espírito Santo (destinada a clérigos) e a Confraria do Santíssimo Sacramento (vulgarmente conhecida como Confraria do Senhor)”, continua o sacerdote. “Nenhuma delas está oficialmente extinta, pois segundo o Código de Direito Canónico só se considera uma confraria extinta cem anos após a morte do último irmão. Não é o caso, portanto consideram-se não extintas, mas desativadas/inativas, pois não têm qualquer mesa nomeada ou aprovada por quem de direito, neste caso a Câmara Eclesiástica de Viana do Castelo, com chancela do Bispo Diocesano”.

 

 

O esclarecimento, recorde-se, surge na sequência do requerimento recebido pela Câmara Municipal de Monção assinado pela referida Confraria de Nª Srª dos Milagres onde a mesma se intitula proprietária do Largo dos Milagres, na freguesia de Cambeses. O documento acabou por travar a votação de uma proposta formulada pelos vereadores do PS para inscrição de verba na próxima revisão orçamental para procedimento de candidatura a efetuar pelo Município à Linha de Apoio à Sustentabilidade, para efeitos de requalificação urbanística daquela praça. “Quanto à Confraria de Nossa Senhora dos Milagres não há, nem houve, qualquer confraria com essa designação”, certifica a Paróquia de Cambeses. “Desde que se desencadearam as questões em tribunal por causa da propriedade é que se criou na imaginação fértil de alguns senhores a ideia dessa confraria, para justificar a absurda contenda que se vem a desenrolar há anos”. Nesta questão, conforme noticiou a Rádio Vale do Minho em primeira mão, o Supremo Tribunal de Justiça também já se pronunciou sobre o que é e o que não é propriedade da Fábrica da Igreja Paroquial de Cambeses. “A Câmara Municipal nem sequer havia de aceitar qualquer documento desses indivíduos, sem eles comprovarem duas coisas: legitimidade documental quanto à pessoa jurídica que dizem representar e título de propriedade quanto ao prédio em questão”, finaliza o pároco.

 

PS com Catarina Lourenço de corpo e alma

 

Previsivelmente, a presidente da Junta de Freguesia de Cambeses contou com o total apoio da bancada parlamentar socialista nas suas reivindicações. “Li hoje uma parte do acórdão do Supremo Tribunal de Justiça que a Rádio Vale do Minho publicou no seu site que prova que estes senhores da Confraria não têm a posse desse terreno. Por outro lado, também é estranho que esta suposta Confraria só nesta altura mostre preocupação com a Praça dos Milagres”, considerou o deputado José Adriano Monteiro Alves que também estranhou o procedimento da autarquia com o requerimento recebido. “Qualquer dia alguém diz que é o dono da Praça Deu-la-Deu e a Câmara não faz lá obras”, ironizou o deputado do PS.

 

 

Também solidário com a autarca de Cambeses, o deputado Carlos Trancoso manifestou-se “perplexo com a proposta do Sr. Presidente no sentido de retirar o ponto referente a este assunto”. “A questão que me preocupa foi a manifesta falta de suporte legal e jurídico que deu consistência à iniciativa do Sr. Presidente da Câmara ao dar credibilidade a um documento referindo que os seus autores se intitulavam proprietários sem juntar documentos legais para o efeito”, afirmou.

 

Barbosa: “Isto só denota um partido esvaziado depois de uma derrota eleitoral”

 

Na resposta à bancada socialista, o edil monçanense (PSD) começou por ser taxativo. “A forma como foi gerido o ponto e a sua retirada foi uma decisão do presidente da Câmara e só do presidente da Câmara”, disse António Barbosa que seguiu para uma explicação cronológica dos eventos. “A reunião de Câmara realizou-se na segunda-feira às 21h00. Durante a tarde, visitei a freguesia de Badim. Cheguei aos serviços da Câmara às 17h30 para uma reunião com a minha equipa por esse motivo [entrada do requerimento]. Ter um parecer jurídico da Câmara até às 21h00 seria no mínimo impraticável”, apontou. “Aquilo que foi pedido em reunião de Câmara foi somente que fosse adiada a votação do ponto durante oito dias. Não vejo nada de extraordinário!”, exclamou António Barbosa. “Extraordinário seria se votássemos um ponto com um requerimento em que não houve tempo de falar com quem quer que seja”, acrescentou.

A brandura de António Barbosa terminou aqui. Abriu fogo à esquerda. “Isto só denota um partido esvaziado depois de uma derrota eleitoral e que tem de arranjar qualquer bóia para conseguir respirar e ser notícia nos órgãos de comunicação social”, disparou o presidente da Câmara.

 

 

De referir ainda que nenhum dos signatários do requerimento recebido na segunda-feira pela Câmara Municipal de Monção marcou presença nesta sessão da Assembleia Municipal.

 

 

Comunicado da Paróquia de Cambeses certificando a inexistência da Confraria de Nª Srª dos Milagres

 

 

 

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