O Tribunal da Relação de Guimarães confirmou a medida de coação de prisão preventiva aplicada ao ex-sapador florestal suspeito da autoria dos incêndios em várias freguesias do concelho que aterrorizaram recentemente o concelho e até a Galiza, no passado mês de agosto.
A notícia está a ser avançada pelo jornal O Minho, revelando que o Tribunal de Monção aplicou-lhe na altura aquela medida, mas o arguido recorreu para a Relação alegando que era exagerada.
Segundo o acordão, citado pelo mesmo jornal, no dia do crime, o arguido pôs-se na berma do lado direito da faixa de rodagem, composta de matos e árvores, ajoelhou-se e ateou fogo ao mato, através de chama direta, usando um isqueiro.
Uns metros mais à frente voltou a atear chama direta ao mato.
Foram criados dois focos de incêndio que rapidamente se alastraram.
A defesa do arguido argumentou com a dependência do álcool. Sugeriu prisão domiciliária. A proposta foi rejeitada pelo Tribunal.
Conforme deu conta a Rádio Vale do Minho na altura e segundo a Polícia Judiciária, vários locais onde os incêndios ocorreram situam-se numa zona onde existem condições de propagação a manchas florestais de grandes dimensões, gerando enorme risco, potencialmente alimentado pela carga combustível ali existente e pela orografia própria da região, o que se traduziu em elevadíssimo perigo concreto para as pessoas, para os seus bens patrimoniais e para o ambiente.
“Os três incêndios, na sua totalidade, consumiram vasta vegetação herbácea, arbustiva e arbórea, contabilizada em centenas de hectares, tendo sido extintos pela intervenção dos Bombeiros, que alocaram para os locais elevado número de meios e elementos”, referiu a PJ.
“Os locais das freguesias onde ocorreram os incêndios são, recorrentemente, e há vários anos a esta parte, alvo de ignições com natureza dolosa”, acrescenta.
O detido, com 46 anos de idade, trabalhador da construção civil e anteriormente sapador florestal, fez uso de viatura e motorizada pessoal, “atuou motivado por incendiarismo”.
Comunicadas as ocorrências a esta Polícia, foram realizadas várias diligências que resultaram na recolha de vasto acervo probatório e permitiram a identificação, localização e detenção fora de flagrante delito do arguido.
As chamas destruíram perto de 500 hectares de floresta.
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