O Auditório CIM Cávado, em Braga, vai ser palco esta quinta-feira da 2ª reunião da Rede Transfronteiriça BIOMASA-AP. Em cima da mesa vai estar o aproveitamento de restos da vinha, arbustos e kiwi para combustível antes de ser
transformado em pellets. Este é, aliás, um dos objetivos do projeto transfronteiriço que desenvolvem centros de I&D&i do Norte de Portugal e da Galiza.
Com a primeira fase do projeto finalizada, na Eurorregião existem cerca de um milhão de hectares de superfície com massas de arbustos sem arvoredo, das quais se contabilizam 47% no norte de Portugal e 53% na Galiza. Dentro das áreas com maior concentração de arbustos estão as zonas de Trás-os-Montes e Alto Douro, no norte de Portugal e as províncias de Ourense e Lugo, na Galiza.
Os especialistas salientam que até ao momento “a vinha tem proporcionado resultados interessantes e esperamos também bons resultados do tojo”. O kiwi é o que mais dificuldades levanta mas continuar-se-á a experimentar diversas composições. Os técnicos consultados, tanto de empresas do Norte de Portugal como da Galiza, examinam diferentes parâmetros como a sujidade que este tipo de biomassa deixa nos tubos ou a formação de escórias no fundo das caldeiras, elementos determinantes da eficácia da produção calórica.
O projeto denominado Biomasa-AP estima que a possibilidade anual de aproveitamento da região Norte de Portugal-Galiza pode atingir 1,5 milhões de toneladas de biomassa em estado verde, que equivaleria energeticamente a mais de 341.000 TEP (toneladas equivalentes de petróleo).
O projeto dispõe de um financiamento de mais de 2 milhões de euros e conta com nove parceiros, quatro pertencentes ao Norte de Portugal e cinco galegos, e ocupará este encontro da rede transfronteiriça, coordenada pela Feuga. Na jornada participarão responsáveis de empresas e profissionais da biomassa, aos quais se tenta colocar em contato para favorecer intercâmbios, tanto à escala de investigação como de negócios.
A abertura da sessão estará a cargo de Benjamim Pereira, Presidente da Direção da Agência de Energia e Ambiente do Cávado. Igualmente está prevista a participação de representantes da Energylab, da Agência Galega de Industria Forestal, do Inegi e da Universidade de Vigo, bem como Ecotoro Energía, LRB Consultores, Universidade do Minho e FMC Forestal, entre outras empresas e organismos. A reunião tem início previsto para as 9h45.
[Fotografia: AgriExpo]
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