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Melgaço: Economia local beneficiou com a exploração de um minério no passado – Sabe qual?

2 Maio, 2019 - 11:05

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Numa altura em que a eventual prospeção de lítio está a causar receio no Alto Minho, nomeadamente em Melgaço, Monção e Arcos de Valdevez, o investigador da história melgacense Valter […]

Numa altura em que a eventual prospeção de lítio está a causar receio no Alto Minho, nomeadamente em Melgaço, Monção e Arcos de Valdevez, o investigador da história melgacense Valter Alves lembrou no seu blog Melgaço: Entre o Minho e a Serra que a economia local de Melgaço já beneficiou muito no passado com a exploração de um outro minério: o volfrâmio.

Valter Alves começa primeiramente por citar as palavras de Lídia Aguiar, no estudo Memórias de Fronteira em Melgaço: Contrabando e Emigração – Patrimonialização, Musealização e Fruição Turística, de 2016. “Em Melgaço, como em tantos outros concelhos do norte e centro do país, a exploração do volfrâmio veio proporcionar um novo alento para as economias locais. Para as populações, a exploração deste minério constituiu uma segunda fonte de rendimento (a primeira era o contrabando), abrindo, mesmo que momentaneamente, expectativas de melhores condições de vida”, escreveu a autora.

Mas em Castro Laboreiro, vila deste concelho localizada nos pontos mais elevados, a exploração do volfrâmio teve maior dimensão. “Terá começado já durante o período da I Guerra Mundial, tendo tido um grande pico durante a II Guerra. Neste caso, foi levada a cabo predominantemente por populares, que acorriam ao Planalto de Castro Laboreiro, no lugar de Seara, onde foram abrindo várias galerias”, conta ainda Lídia Aguiar.

O volfrâmio era vendido no contrabando, mas os alemães eram os maiores compradores. E o povo faturava. “Cada homem alcançava um rendimento médio de 8 contos por dia. Este montante subiria bastante mais se ele tivesse a sorte de encontrar um bom filão”.

Mais tarde, em 1955, estas minas foram registadas pela Companhia Mineira de Castro Laboreiro. Foi então que, conta Valter Alves, a população começou a perder os lucros avultados que até então vinha conseguindo. O negócio do volfrâmio estava a caminhar para o fim.

Já não havia alemães para comprar o minério e o contrabando era uma atividade arriscada. O rendimento nunca era certo. Começavam a reunir-se os ingredientes para o início da forte emigração verificada durante esta década no concelho. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística, entre 1960 e 1970, Melgaço perdeu quase três mil habitantes. Em 2011, a população do concelho era de 9213 habitantes. Sensivelmente metade à existente em 1960.

 

[Fotografia: Exploração de volfrâmio nas Minas da Panasqueira durante a II Guerra Mundial / Direitos Reservados]

 

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