O abutre (Gyps fulvus) que se encontrava no Centro de Recuperação de Fauna Selvagem do Gerês já foi devolvido ao seu habitat natural. A vila de Castro Laboreiro, em Melgaço, foi o local escolhido por estar próximo do ponto onde foi encontrado debilitado e resgatado para recuperação.
A ação, inicialmente prevista para 3 de março, mas cancelada dadas as condições meteorológicas, foi levada a cabo pela Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural e pelo ICNF Instituto da conservação da natureza e das florestas, para assinalar o Dia Mundial da Vida Selvagem, este ano sob o tema Recuperar espécies-chave para restaurar os ecossistemas.
Estiveram presentes alunos de Melgaço e várias entidades locais, com o intuito de sensibilizar toda a comunidade para a importância do grifo, uma das três espécies de abutres que ocorrem em Portugal, com estatuto de ameaça desfavorável e fundamental para os ecossistemas. Atualmente, não há registos oficiais da existência de grifos a nidificar no PNPG ou da presença de colónias.
Veja as fotos [créditos: Município Melgaço]
“Esta ação assume elevada relevância para o Parque Nacional. Para o meio ambiente. O Grifo é uma espécie-chave no funcionamento dos ecossistemas. Cabe-nos a nós, não só enquanto gestores deste importante local, mas também como cidadãos, agir em prol da conservação da fauna e da flora. Cabe-nos estar atentos e tomar as devidas medidas para proteger este habitat e as suas espécies. As atividades humanas deverão ser compatíveis com a preservação destes valores, visando uma gestão sustentável do ponto de vista ecológico, económico e social”, considerou a Vereadora Fátima Táboas, presente na iniciativa.
Os abutres, recorda a Palombar, “são essenciais para promover o equilíbrio e bom funcionamento dos ecossistemas. Estas aves têm a sua dieta baseada no consumo de animais mortos e eliminam, de forma rápida e eficaz, as carcaças que se encontram no campo, promovendo a sua limpeza e evitando a propagação de doenças. Adicionalmente, contribuem para a reciclagem de nutrientes e para o bom funcionamento da cadeia de alimentação na natureza”
“A utilização de iscos envenenados, a redução da disponibilidade de alimentos, a diminuição do aproveitamento pecuário extensivo, a perturbação humana, a eletrocussão, a degradação dos habitats, a perseguição humana e a instalação de parques eólicos são as principais ameaças para esta espécie”, acrescenta.
A ação contou com o apoio do Município de Melgaço, da União de Freguesias de Castro Laboreiro e Lamas de Mouro e do Agrupamento de Escolas de Melgaço.
Comentários: 0
0
0