O único grupo português convidado pelo Governo para a reprivatização dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) vai avançar com uma proposta de compra da empresa, admitiu à agência Lusa fonte da administração.
“A nossa intenção é apresentar uma binding offer [oferta vinculativa]”, adiantou fonte da administração da Atlantic Shipbuilding Portugal, um dos quatro convidados a apresentar propostas formais de compra dos ENVC até 12 de outubro.
Recorde-se que ainda este mês, aquele grupo, criado em 2012, assumiu a gestão dos Estaleiros Navais do Mondego, na Figueira da Foz.
“Neste momento estamos a analisar a informação disponibilizada pelos consultores nomeados pela Empordef, no sentido de fundamentarmos a proposta a apresentar”, explicou ainda a fonte.
Se assim o entenderem, os quatro grupos que já demonstraram interesse na reprivatização dos ENVC, podem apresentar, até 12 de outubro, propostas vinculativas de compra do capital social da empresa.
A segunda fase do processo de reprivatização dos ENVC arrancou a 07 de setembro, depois de selecionados quatro grupos finalistas, e prolonga-se até às 17:00 de 12 de outubro, num processo conduzido pela Empordef.
Além do grupo português, foram convidadas mais três empresas – do Brasil, da Rússia e da Noruega – a avançarem com propostas concretas de aquisição.
A Volstad Maritime (Noruega), constituída em 1952, é uma empresa especializada na construção de navios tecnologicamente avançados, nomeadamente de apoio às atividades “offshore”, como prospeção de petróleo.
Responsável por operações marítimas no Brasil e na Argentina, a Rionave Serviços Navais, com sede no Rio de Janeiro, representa vários interesses dentro da área, desde armadores a construtores navais e também está na corrida.
O grupo JSC River Sea Industrial Trading, de origem russa, mas desconhecido no setor, fecha o lote de quatro empresas que reúnem condições para, segundo o Governo, prosseguirem para a última fase do processo de reprivatização dos ENVC.
Contactados pela agência Lusa, nenhum dos três grupos estrangeiros comentou o interesse demonstrado na empresa de Viana do Castelo.
O preço vinculativo apresentado para a aquisição das ações representativas de 95 por cento do capital social dos ENVC é um dos critérios de seleção desta “venda direta de referência”.
A “salvaguarda dos interesses patrimoniais do Estado”, nomeadamente no que respeita aos “fluxos financeiros” decorrentes do processo de venda e a “idoneidade, capacidade financeira, técnica e de execução” dos proponentes são também condições de seleção neste processo, segundo o Governo.
A apresentação de um “adequado projeto estratégico”, tendo em vista o “desenvolvimento das suas atividades nos mercados nacional e internacional”, que “maximize a manutenção dos atuais recursos humanos” e contribua para a “manutenção da identidade empresarial e do atual património da empresa e para a sustentabilidade económico-financeira” dos ENVC são também condições estabelecidas no caderno de encargos.
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