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Galiza: Portugal na ‘lista negra’ desperta ambiente sombrio em Tui e Salvaterra

29 Julho, 2020 - 09:22

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A notícia caiu esta terça-feira como uma bomba em toda a margem galega do rio Minho. A Junta da Galiza tinha publicado uma lista de territórios com alta incidência do novo coronavírus (COVID-19). Territórios estes que, de acordo com aquele órgão, possuem mais do triplo do número de casos ativos desta região autónoma espanhola.

Todas as pessoas que entrarem neste território, sejam residentes ou não, deverão notificar o Serviço Galego de Saúde  (Sergas), para que o Governo possa fazer o respetivo acompanhamento e evitar assim possíveis aumentos de casos. E Portugal está nessa lista.

O espanto e a indignação fizeram sentir-se de imediato em ambas as margens. Nas redes sociais, a generalidade dos alto-minhotos reprovou em peso a medida tomada pelo Governo de Alberto Nuñez Feijóo.

Mas mais preocupados ficaram os Municípios do lado de lá. Conforme noticia o Correo Galego, o ambiente de preocupação voltou a instalar-se entre os empresários e políticos de Tui e de Salvaterra do Miño, localidades vizinhas de Valença e de Monção, respetivamente.

O alcalde de Tui, Enrique Cabaleiro, antevê desde logo “as dificuldades a que vão estar sujeitos os milhares de trabalhadores que todos os dias cruzam a fronteira entre Valença e Tui que agora vão ter de comunicar os seus movimentos”. Para o autarca tudense, esta medida não deveria ter sido aplicada.

Mas existe também o turismo. E os peregrinos. O Município de Tui receia que esta medida possa ter um impacto significativo nestes dois setores. “Estas medidas com Portugal não são de todo convenientes”, sublinhou o alcalde de Tui.

Refere ainda o Correo Galego que este nova medida está a ser “um pouco complicada” de perceber. Àquele jornal, o responsável pelo Serviço Galego de Saúde (Sergas), Fernández Campa, referiu que as pessoas que realizam trânsito contínuo entre Portugal e Galiza (no caso das transportadoras, por exemplo) “só precisam de preencher uma declaração”. No caso da viagem incluir vários destinos diferentes, a pessoa “deve informar sobre cada um deles”.

“Todas as pessoas que estejam registadas vão ser informadas das normas em vigor na comunidade galega. Desde o uso de máscaras individuais até outras obrigações”, disse Fernández Campa.

Do lado de lá exige-se segurança. Do lado de cá, torce-se o nariz a tanta burocracia. Feijóo quer diminuir casos ativos da COVID-19, mas os Municípios receiam danos mais gravosos ao nível económico com esta medida.

No Vale do Minho, milhares de trabalhadores transfronteiriços esperam não voltar novamente ao tempo das intermináveis filas para atravessar o rio.

Já no que refere à economia, foi o próprio presidente da Câmara de Valença que deixou esta terça-feira a mensagem aos microfones da Rádio Vale do Minho. Manuel Lopes acabou por admitir que é “contra-producente” para a economia galega.

“Não vivemos com o mal dos outros. Os galegos podem vir a Valença à vontade porque nós cá estaremos para os receber de braços abertos”, assegurou com um sorriso. “Mas sempre cumprindo as regras da Direção-Geral da Saúde”, sublinhou.

 

[Fotografia: Arquivo / DR]

 

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