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Fronteiras: Economia da raia portuguesa em “asfixia” devido à falta de galegos

29 Maio, 2020 - 07:29

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Os principais jornais galegos, nomeadamente o La Voz de Galicia, começam a dar grande destaque ao que chamam de “asfixia” da economia que está a ocorrer nos territórios de fronteira alto-minhotos. Aquele periódico visitou a retoma da Feira Semanal de Valença, realizada na passada quarta-feira, e constatou a falta que os portugueses sentem do povo galego.

“De nada serve o nosso trabalho se não abrirem a fronteira”, disseram várias feirantes. “Estamos asfixiados. Não importa trabalhar debaixo de 35ºC! Precisamos de recuperar os nossos principais clientes, que são os galegos”, disse outro dos vendedores àquele jornal.

As dúvidas sobre a reabertura ainda permanecem. Entre a preocupação e a incredulidade, os feirantes questionavam mesmo se era verdade que as passagens só iriam reabrir a 1 de julho. Entretanto, descreve o La Voz de Galicia, “o maior centro comercial a céu aberto de Portugal agonizava” com a falta de clientes.

“Nas ruas quase desertas, apesar do dia de sol, contavam-se pelos dedos as lojas abertas. Já saltam à vista a proliferação de cartazes onde se lê Aluga-se ou Passa-se”, aponta o periódico.

De loja em loja, o ambiente é desolador. “Esta joalharia era dos meus pais. Estamos aqui desde 1967 e nunca vimos tal coisa. Para quê ir ao Porto ou a Lisboa? O importante para o norte de Portugal é a Galiza”, diz María Emília Castro.

Mais à frente, outra proprietária deu também a perceber a preocupação intensa que se vive dentro de muralhas. “Estamos a sofrer muito! Não podemos esperar até julho. A maioria das lojas da fortaleza não vão reabrir até que a fronteira seja reaberta. E já há outras, e até restaurantes, que não vão poder retomar a atividade”, contou.

 

Custos sociais e culturais

 

Para além dos custos económicos, há também os custos sociais e culturais que estão também a pesar em ambos os povos. “Há famílias divididas só porque residem em países diferentes. Já estão separadas há quase três meses”, disse o alcalde de Tui, Enrique Cabaleiro, ao La Voz de Galicia.

Do lado de Valença, o presidente da Câmara, Manuel Lopes, lembra que “o sul galego e o norte de Portugal são um só povo… e que agora está a asfixiar”. “É um suicídio!”, exclamou o autarca português.

O Presidente da Câmara de Valença e o Alcalde de Tui vão tomar esta sexta-feira uma posição conjunta sobre a fronteira entre os dois países. Uma posição, deixou já antever o Município de Valença, que deverá reivindicar a “abertura imediata da fronteira” entre as duas localidadedes vizinhas.

controlo das fronteiras terrestres com Espanha está a ser feito desde as 23h00 dessa data em nove pontos de passagem autorizada, devido à pandemia da COVID-19.

Os pontos de fronteira em funcionamento são Valença-Tuy, Vila Verde da Raia-Verín, Quintanilha-San Vitero, Vilar Formoso-Fuentes de Oñoro, Termas de Monfortinho-Cilleros, Marvão-Valência de Alcântara, Caia-Badajoz, Vila Verde de Ficalho-Rosal de la Frontera e Castro Marim-Ayamonte.

No âmbito do controlo das fronteiras, estão impedidas as deslocações turísticas e de lazer entre os dois países, sendo apenas permitida circulação de transportes de mercadorias e de trabalhadores transfronteiriços.

A conferência de imprensa vai ter lugar a meio da ponte centenária. Está marcada para as 10h00 (hora portuguesa).

 

[Fotografia: Mónica Torres / La Voz de Galicia]

 

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