O Festival do Norte, uma iniciativa do Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP), com eventos marcados para Gaia, Viana e Braga, arranca no sábado com o andor de São Pedro da Afurada reinterpretado por Joana Vasconcelos.
Ao todo são mais de dois milhões de euros que serão investidos em programação para 2012 e 2013 que visa, segundo Melchior Moreira, presidente do TPNP, “a partir das características excecionais do património imaterial de um território multifacetado, a promoção turística, a valorização sociocultural e, consequentemente, o reforço da competitividade da Região Norte, através da maximização do talento e da criatividade.”
O Festival do Norte terá quatro eventos, repartidos pelas três cidades, e conta com a participação da artista plástica Joana Vasconcelos, do realizador Marco Martins e de duas companhias italianas de teatro de rua, em associação com alguns participantes locais.
Joana Vasconcelos, atualmente com uma exposição no Palácio de Versalhes, é a primeira convidada a trazer “modernidade” a um evento tradicional, apresentando, no sábado e no domingo, uma intervenção plástica no andor de S. Pedro da Afurada, em Gaia.
O realizador Marco Martins, autor de filmes como “Alice”, vai encenar, por seu turno, uma peça de teatro de rua, em Viana do Castelo, com cerca de 20 trabalhadores dos Estaleiros Navais. O evento insere-se no “Eixpressões”, um festival de teatro popular, que decorre a 27, 28 e 29 de julho.
Neste mesmo festival, a companhia de teatro italiana, Teatro de Pontedera, atuará no centro histórico da cidade, apresentando pela primeira vez em Portugal, depois de ter passado por várias cidades em todo o mundo, o espetáculo “Lisboa”, inspirado na obra de Fernando Pessoa e com música do espólio de Giacometti.
O quarto evento do festival está marcado para 08 de setembro, em Braga, Capital da Juventude em 2012, aonde a companhia de teatro italiana Poplash apresenta um espetáculo baseado nas “Cidades Invisíveis” de Italo Calvino, que deverá envolver associações culturais de Braga.
Interrogado pela Lusa sobre o facto de um festival do Norte albergar nos seus quatro eventos um espetáculo intitulado “Lisboa” e contemplar a participação de duas companhias italianas, Melchior Moreira afirmou que se procurou “atores com alguma experiência internacional nesta área” que, por sua vez, “estão interligados com associações e grupos teatrais locais”, que estão a ser “formados nesta fase inicial”.
A direção artística do Festival do Norte é do italiano Renzo Barsotti e do Centro de Criação de Teatro Artes de Rua, que também tem sido responsável pelos espetáculos de rua dos Fura dels Baus em Guimarães 2012. A empresa Opium, de Carlos Martins, diretor executivo da Capital Europeia da Cultura, foi aliás quem elaborou a candidatura do Festival do Norte às verbas comunitárias.
Para Melchior Moreira, o que se procurou foi “pegar na identidade nortenha, naquilo que é tipicidade da região, e através dos ‘clusters’ das indústrias criativas e envolvendo toda a comunidade, dar uma dimensão nacional e internacional”.
Melchior Moreira diz que apesar da evolução positiva do Norte enquanto cartaz turístico “há claramente uma falha de grandes eventos de qualidade que marquem a agenda nacional e internacional” e o “objetivo é aproveitar aquilo que já dá uma resposta positiva em termos de eventos locais, colocando-lhe uma roupagem de qualidade da inovação e da diversidade”.
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