Aconteceu no 31 de janeiro de 1998.
Depois de décadas ao serviço de Portugal, o Navio Hospital Gil Eannes deu entrada no porto da cidade onde tinha sido construído.
Isto graças a uma verdadeira mobilização popular, agitada pelos sucessivos apelos televisivos do historiador José Hermano Saraiva, no sentido de preservar o navio.
Assim aconteceu.
A embarcação chegou rebocada, enferrujada, gasta pelo tempo.
[crédito fotografia: DR/Olhar Viana do Castelo]
A primeira viagem aconteceu em março de 1955.
Para além de navio-hospital, serviu ainda como navio-capitania, navio-correio, navio-rebocador e quebra-gelos, assegurando o abastecimento de mantimentos, redes, material de pesca, combustível, água e isco aos barcos de pesca do bacalhau.
Após 1963 passou a efetuar viagens de comércio como navio frigorífico e de passageiros entre as campanhas de pesca, tendo efetuando a sua última viagem à Terra Nova em 1973.
[crédito fotografia: DR/Olhar Viana do Castelo]
Foi depois entregue ao porto de Lisboa. Por ali ficou anos a fio, à espera que alguém o comprasse como sucata para abate.
O destino do Gil Eannes parecia estar traçado.
Mas José Hermano Saraiva, que também viajou no navio, interveio a favor da embarcação. O povo uniu-se e o Gil Eannes regrssou a Viana do Castelo.
Foi reabilitado nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, com o apoio de várias instituições, empresas e cidadãos, e passando a ser gerido pela “Fundação Gil Eannes”, criada para esse fim.
[crédito fotografia: DR]
[crédito fotografia: DR]
Na visita à embarcação, com 98 metros de comprimento, destacam-se os espaços da ponte de comando, da cozinha, da padaria, da casa das máquinas, do consultório médico, da sala de tratamentos, do gabinete de radiologia, além de diversos camarotes e salas de exposições temporárias.
A embarcação conta ainda com uma Sala de Reuniões (antiga Sala de Jantar dos Oficiais), loja de recordações, e bar/esplanada.
Veja as fotos [crédito: Fundação Gil Eannes]
O “melhor dezembro de sempre”
Durante o mês de dezembro de 2024, o Navio Hospital Gil Eannes recebeu cerca de 5.300 visitantes a bordo.
Em nota enviada às redações, a Fundação Gil Eannes refere que foi “o melhor dezembro de sempre, inclusive em relação ao ano de pré-pandemia 2019, em que se contabilizaram cerca de 3.400 visitantes”.
De recordar que o Navio Museu esteve encerrado parte dos meses de outubro e novembro devido à docagem, pelo que “o resultado de dezembro foi considerado um fator bastante positivo pelo Conselho Diretivo da Fundação Gil Eannes”.
Das principais nacionalidades que visitaram o Gil Eannes no mês de dezembro em comparação com o ano anterior, além do mercado português, registou-se um acréscimo de 47% de espanhóis, 50% franceses e 22% brasileiros, entre outras nacionalidades.
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