O comércio dos concelhos de Monção e Melgaço regista uma "saturação" de estabelecimentos ligados à restauração, obrigando os potenciais investidores a apostar noutros sectores de negócio, caso contrário pode estar iminente a desertificação dos pequenos centros históricos, provocada pela proliferação de grandes superfícies comerciais.
Esta foi a principal conclusão retirada do projecto Merca, apresentado esta terça-feira à noite, em Monção, numa parceria entre o Conselho Empresarial dos Vales do Lima e Minho e a Associação Comercial e Industrial dos concelhos de Monção e Melgaço.
Reagindo aos resultados, o presidente da ACIMM refere que os empresários dispõem agora de uma ferramenta importante para analisar novas oportunidades de negócio em áreas que "quase não têm representação nestas duas vilas".
Américo Reis garante que ainda há muito trabalho pela frente na reabilitação e dinamização dos centros históricos, necessária para a manutenção da população nesta zonas. Contudo, e para já, este cenário ainda não se coloca nestas duas vilas raianas.
Apontando para a "crise profunda" que todos os comércios estão a sentir, o vice-presidente do Ceval realça um outro problema, a fuga da população dos centros históricos para as periferias, "atraídas pelos grandes centros comerciais", provocando uma desertificação nos centros das vilas que é preciso combater.
Paulo Falcão prevê que uma resolução dos problemas dos pequenos comerciantes passa pela "alteração urgente da legislação que seja atractiva para os proprietários melhorarem os seus negócios, retirando alguns rendimentos".
Inserido no programa MERCA, o estudo apresentado diagnosticou os diferentes sectores do comércio existentes em Monção e Melgaço. Trata-se de um estudo promovido pelo Conselho Empresarial dos Vales do Lima e Minho e pela Associação Comercial e Industrial dos Concelhos de Monção e Melgaço e que, pela importância do documento no panorama comercial e empresarial, admitem vir a ser alargado aos restantes nove municípios alto-minhotos.
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