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Viana do Castelo

Estaleiros de Viana: Trabalhadores lamentam perda de negócio com a Douro Azul mas recordam carteira de encomendas

9 Março, 2012 - 08:11

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A Comissão de Trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo lamentou o desfecho do negócio para a construção de dois navios-hotel da Douro Azul mas garante que a empresa, diretamente, apenas entrou no processo a 14 de fevereiro.

A Comissão de Trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo lamentou o desfecho do negócio para a construção de dois navios-hotel da Douro Azul mas garante que a empresa, diretamente, apenas entrou no processo a 14 de fevereiro.

“As informações que temos é que foi a melhor proposta que nos seria possível, tendo em conta os objetivos e alterações que o armador desejava. Foi apresentada a 29 de fevereiro, quinze dias depois de a empresa ter sido chamada diretamente ao processo”, afirmou à Lusa António Barbosa.

Segundo o porta-voz da Comissão de Trabalhadores dos estaleiros, a empresa, até àquela data, nunca tinha sido envolvida no processo com a Douro Azul.

“Se a Douro Azul andava há cinco meses a tratar com a Empordef não sabemos. O que sabemos é que o envolvimento direto dos estaleiros só aconteceu a 14 de fevereiro”, sustentou, lamentando o desfecho do negócio, que classificou como uma “decisão comercial”.

O vencedor do contrato para a construção dos navios “AmaVida” e “Queen Isabel”, a entregar em fevereiro e março de 2013, será anunciado esta sexta-feira à tarde pela Douro Azul, estando na corrida a NavalRia, de Aveiro, e um estaleiro holandês.

“Seria um bom negócio, mas o problema é que nós já temos contratos fechados, por exemplo para a Venezuela ou para a Marinha, aos quais não é dado seguimento. Temos trabalho contratado e não conseguimos fazer nada com esta inércia que a empresa vive”, insistiu António Barbosa.

Com a Douro Azul estava em causa um contrato global de cerca de 45 milhões de euros, envolvendo a construção de quatro navios-hotel, mas nesta altura a empresa de Viana, que procura uma solução para a sua viabilização, já está fora da corrida a estes primeiros dois.

Esta semana, o presidente daquele grupo turístico afirmou que a administração da Empordef, holding pública que tutela as indústrias de Defesa, “fez de tudo” para não garantir este negócio por temer “não ter capacidade para cumprir os prazos” previstos.

“Dois dos navios podiam estar a ser construídos desde setembro em Viana mas a Empordef andou sempre a prorrogar os prazos. Da minha parte, estou pronto a avançar com o negócio, aliás, na sexta-feira passada a empresa já podiam ter recebido o cheque, mas estes administradores não quiseram”, afirmou Mário Ferreira.

Diz mesmo que a Empordef “fez de tudo” para não garantir o negócio, tendo em conta a necessidade de entrega para 2013 e o receio de “não ter capacidade para cumprir os prazos”.

À Lusa, fonte oficial da Empordef não quis comentar estas declarações, mas afirmou que o contrato-promessa assinado com a Douro Azul para a construção de seis navios – incluindo dois barcos rabelos no Arsenal do Alfeite -, caducou a 29 de fevereiro pela não aprovação do programa de investimento “Douro Global”, no âmbito de uma candidatura a fundos comunitários.

“Não aprovado o programa, extinguia-se o contrato-promessa”, acrescentou a Empordef, sublinhando que, “não obstante”, através dos ENVC, decidiu apresentar uma nova proposta, a 29 de fevereiro, “por ser esta uma forma de, em defesa do interesse nacional, prorrogar o vínculo entre as duas entidades”.

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