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Alto Minho

Estaleiros de Viana: Trabalhadores estranham 6 ME para reparar corveta de 37 anos com novo patrulha ainda por acabar

6 Março, 2012 - 08:36

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A Comissão de Trabalhadores dos Estaleiros de Viana do Castelo disse hoje “estranhar” que Portugal gaste seis milhões de euros para reparar uma corveta com 37 anos, quando um novo “patrulha” está por concluir há meses.

A Comissão de Trabalhadores dos Estaleiros de Viana do Castelo disse hoje “estranhar” que Portugal gaste seis milhões de euros para reparar uma corveta com 37 anos, quando um novo “patrulha” está por concluir há meses.

“É uma opção um bocado estranha. Estamos a falar de um novo patrulha que temos quase pronto, mas que ficou parado, em termos de construção, porque faltam entre seis a nove milhões de euros para o acabar. Mas há dinheiro para reparar um navio com 40 anos”, afirmou hoje à Lusa António Barbosa, porta-voz dos trabalhadores.

Em causa está a reparação, nos Estaleiros Navais de Alfeite, da corveta João Roby, uma encomenda que representa um encaixe de seis milhões de euros e que “estava já há um ano em curso”, referiu hoje o secretário de Estado da Defesa, Paulo Braga Lino.

O NRP João Roby é o segundo navio da classe “Batista de Andrade”, de um total de quatro, e foi entregue à Armada portuguesa a 18 de março de 1975, para as funções de Escoltador Oceânico Ligeiro.

Com 84,5 metros de comprimento e uma velocidade máxima de 22 nós, o NRP João Roby transporta uma guarnição de 72 homens.
“É um navio que, fruto dos anos de serviço que tem, representa o dobro dos custos de operação que um navio novo, como o patrulha que estamos a construir teria”, apontou o porta-voz da Comissão de Trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC).

O NRP Figueira da Foz, o segundo da classe Viana do Castelo, integra uma encomenda aos ENVC de oito Navios de Patrulha Oceânica (NPO), cada um com um custo de 50 milhões de euros, para substituir precisamente as corvetas que operam há quase quarenta anos ao serviço da Marinha.

O primeiro “patrulha”, NRP Viana do Castelo, foi entregue em abril de 2011 e o segundo deveria ter chegado em setembro, mas a construção, relatam os trabalhadores, está “praticamente parada”.

“O que nos dizem é que falta o dinheiro para comprar o material para concluir o navio e que no Orçamento de Estado para 2012 não há verba inscrita. Não dá para perceber”, apontou ainda António Barbosa.

Os novos patrulhas construídos pelos ENVC têm 83 metros de comprimento, capacidade para receber até 67 pessoas e uma tripulação de 38 elementos, além de poderem transportar um helicóptero Lynx.

Atualmente, Portugal tem ao serviço seis corvetas, distribuídas pelas classes Baptista de Andrade e João Coutinho, com entre 30 a 40 anos de operação, e estas reparações visam prolongar ainda mais o tempo útil de vida dos navios.

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