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Viana do Castelo

Escola “high tech” a meter água e a cair aos pedaços

31 Outubro, 2012 - 08:15

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Num edifício frio e decrépito do século XX, de onde é tirada água aos baldes quando chove, os alunos da EB Secundária de Barroselas, em Viana do Castelo, iludem os efeitos da chuva e humidade com arte e nova tecnologia.

Num edifício frio e decrépito do século XX, de onde é tirada água aos baldes quando chove, os alunos da EB Secundária de Barroselas, em Viana do Castelo, iludem os efeitos da chuva e humidade com arte e nova tecnologia.

“Eu não tenho vistas largas, nem grande sabedoria, mas dão-me as horas amargas, lições de filosofia”. A poesia de António Aleixo, grafada no chão, recebe quem entra na escola de Viana do Castelo. Pintura, escultura e objetos artísticos saltam à vista, decorando paredes e pavimento corroídos pelo tempo. Junto à entrada há um quiosque multimédia. Alunos, professores e funcionários podem ali, com recurso a um cartão, controlar assiduidade, fazer carregamentos em dinheiro ou movimentar saldo para usar na papelaria, bar e cantina.

Em todos os seis pavilhões da escola construída há 30 anos e nunca intervencionada, há tecnologia e arte, mas há também chão e tetos rotos, paredes enegrecidas pela humidade, verdete de infiltrações e fendas que metem água a jorros sempre que chove.

Em 2011 chovia na cantina. Agora, o ginásio e o pavilhão B, onde têm aulas alunos do 3.º ano, são os pontos mais críticos. “A semana passada após aguaceiro violento, uma das salas ficou comprometida durante horas porque foi inundada. Os alunos tiveram de sair”, diz Rosa Cruz, diretora da escola que, desde 2007, luta para ter “pelo menos obras de remedeio”. “O que se justificava não era ajeitar a escola; era deitar abaixo e abrir uma nova”.

A EBS de Barroselas está “sinalizada”, há anos, pela DREN, por apresentar “patologias graves” e precisar de requalificação geral urgente. Chegou a constar da fase 4 da programação da Parque Escolar, mas nunca avançou. No inverno passado, a cantina da escola ficou impraticável devido à chuva e os alunos revoltaram-se com a situação e boicotaram as aulas.

Por indicação da DREN, nessa altura a Direção da escola fez um levantamento das necessidades e apresentou orçamento (150 mil euros) para uma intervenção urgente. Mas não houve resposta e continua tudo igual. “Andei naquela escola há 25 anos e nunca se fez lá nada. Fiz lá desde o 5.0º ao 9.0º ano, na altura a escola era nova e nunca houve obra de fundo”, queixa-se Armando Novo, da Associação de Pais do Agrupamento de Escolas de Barroselas, em luta por uma escola sem chuva nem frio para os filhos. v

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