O deputado social-democrata Eduardo Teixeira acusou hoje o autarca socialista de Viana do Castelo José Maria Costa de “torpedear constantemente” o processo de reprivatização dos estaleiros da cidade e apelou ao fim da “politiquice” em torno da empresa.
O deputado, também líder da comissão política distrital do PSD de Viana do Castelo, reagia desta forma às declarações do presidente da Câmara de Viana, José Maria Costa, que hoje acusou o ministério da Defesa de “falta de transparência” e de “lesar o interesse público” no processo de reprivatização dos estaleiros.
“São declarações lamentáveis de alguém que, nos últimos anos, foi um cúmplice silencioso sobre a situação para a qual a empresa foi arrastada. O que eu peço é que se deixe de fazer politiquice à custa dos estaleiros e sem torpedear constantemente este processo, como faz o senhor presidente da Câmara”, afirmou à agência Lusa Eduardo Teixeira.
O socialista José Maria Costa admitiu estar “muito preocupado com a situação dos estaleiros e com a sua viabilização”, tendo em conta “as peripécias de um processo desgastante e a tentativa de desvalorização da empresa”.
Em causa está a nomeação do presidente do grupo Frezite, José Manuel Fernandes, para suceder a Francisco van Zeller na liderança da comissão de fiscalização à reprivatização dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) e, sobretudo, o prolongamento, por mais dez dias, do prazo para apresentação de propostas de compra da empresa.
“Todo este processo tem sido lesivo do interesse público”, sustentou o socialista, que lidera a Câmara de Viana do Castelo desde 2009.
“Obviamente que, face à substituição na liderança da comissão de fiscalização, e cuja opinião dos trabalhadores também foi tida em conta, o novo responsável não teria o tempo necessário para analisar o processo. É só isso que está em causa”, contrapôs, na reação, Eduardo Teixeira.
A nomeação de José Manuel Fernandes pelos ministérios das Finanças e da Defesa foi confirmada na quarta-feira à Lusa por fonte governamental e surge na sequência da demissão de van Zeller, apresentada há precisamente uma semana, depois de críticas aos trabalhadores da empresa.
A mesma fonte acrescentou que o prazo para a entrega de propostas de compra da empresa, que estava fixado em 25 de outubro, foi alargado até 05 de novembro.
O primeiro prazo terminaria a 12 de outubro, mas foi adiado, segundo fonte do ministério da Defesa, em função do pedido apresentado pelas empresas convidadas a apresentarem propostas nesta última fase da reprivatização.
Estão na corrida à alienação de 95 por cento do capital social dos ENVC quatro grupos de investidores, de Portugal, Noruega, Brasil e Rússia.
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