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ENVC: Fatura para manter “Atlântida” já vai em 9 ME, administrador ainda acredita na hipótese Açores

29 Março, 2012 - 08:19

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O presidente do Conselho de Administração dos estaleiros de Viana do Castelo adiantou que a empresa gastou nove milhões de euros com o ferryboat “Atlântida”, apenas na manutenção e seguros, após a rescisão do contrato, em 2009.

O presidente do Conselho de Administração dos estaleiros de Viana do Castelo adiantou que a empresa gastou nove milhões de euros com o ferryboat “Atlântida”, apenas na manutenção e seguros, após a rescisão do contrato, em 2009.

Os números foram revelados por Jorge Camões em entrevista à Agência Lusa e apontam que, só em manutenção, o navio, ancorado há precisamente sete meses nos Estaleiros do Alfeite (28 de agosto de 2011), representa um custo anual para os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) de 500 mil euros e em seguros cerca de 400 mil euros.

Além disso, a empresa tem ainda custos anuais, relativos a encargos financeiros com o navio, de 1,3 milhões de euros, o que eleva a fatura total para 2,2 milhões de euros anuais.

Segundo Jorge Camões, os estaleiros de Viana já gastaram, em quatro anos, cerca de nove milhões de euros, apenas em manutenção e seguros.

O navio, com capacidade para transportar 750 passageiros e 150 viaturas, foi encomendado aos ENVC pela empresa pública Atlânticoline, detida pelo Governo Regional dos Açores, por cerca de 50 milhões de euros, mas acabou por ser rejeitado em 2009 por uma diferença velocidade máxima contratada.

Segundo os estaleiros, esta diferença – cerca de um nó à velocidade máxima -, provocaria um atraso de “cinco minutos” nas ligações inter-ilhas que o “Atlântida” deveria assegurar.

A somar a este valor há ainda 37 milhões de euros plasmados nas contas como défice proporcionado por este negócio. “Quase que valia a pena dizer que se não tivéssemos este problema não precisávamos de dinheiro para os estaleiros”, reconhece Jorge Camões.

Apesar deste diferendo, que em 2009 culminou com um acordo judicial entre os ENVC e a Atlânticoline, Jorge Camões admite que os Açores continuam a ser uma hipótese para o navio.
“Estou esperançado que o navio ainda terá como destino o fim para que foi construído. Ou seja os Açores”, reconheceu Jorge Camões, sem esconder que nos últimos meses o “Atlântida” recebeu “várias propostas”. “A principal dificuldade tem sido o financiamento. Quem compra tem de arranjar um financiamento”, disse ainda.

“Temos tido inúmeras solicitações de potenciais investidores, estamos ativamente no mercado de venda ou arrendamento. Há manifestações de interesse de distintas origens e para enquadramentos e tipos de operação diversificados”, explicou.

Através da Atlânticoline, o Governo dos Açores tinha encomendado aos estaleiros de Viana a construção dos navios “Atlântida” e “Anticiclone”, que seriam utilizados na operação de transporte marítimo de passageiros entre as ilhas do arquipélago.

Na sequência dessa encomenda, o executivo açoriano já tinha pago 37,3 milhões de euros quando, em abril de 2009, decidiu rejeitar o navio “Atlântida” por não cumprir os requisitos contratuais.

Essa decisão surgiu depois de terem sido conhecidos os resultados do teste de mar realizado pelo navio, durante os quais não conseguiu atingir a velocidade exigida no contrato.

Em dezembro de 2009, as duas empresas públicas chegaram a um acordo que obrigava os ENVC a pagarem 40 milhões de euros, em várias prestações, estando ainda por liquidar uma verba de cerca de sete milhões de euros.

Com este acordo, em contrapartida, os ENVC passaram a ser proprietários do “Atlântida” e dos blocos de aço que já estavam construídos para o “Anticiclone”.

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