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Viana do Castelo

ENVC: “Alguns deputados” do PSD foram os “principais instigadores” da recusa dos Açores – Fão

13 Abril, 2012 - 07:29

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O deputado socialista Jorge Fão acusou “alguns deputados” do PSD de terem sido “os principais instigadores da recusa” do Governo dos Açores relativamente aos navios encomendados aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC).

O deputado socialista Jorge Fão acusou “alguns deputados” do PSD de terem sido “os principais instigadores da recusa” do Governo dos Açores relativamente aos navios encomendados aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC).

A posição do socialista surgiu depois de Eduardo Teixeira, deputado do PSD, ter classificado ontem como “brincadeira de muito mau gosto” a adjudicação pela Atlânticoline, empresa pública dos Açores, da construção de dois ferryboats a um estaleiro espanhol, por 18,6 milhões de euros.

Em paralelo, as duas encomendas feitas aos ENVC pela mesma empresa, “Atlântida” e “Anticiclone” e rejeitadas em 2009, continuam sem ter qualquer destino definido.

“O deputado do PSD que agora se insurge contra o Governo dos Açores e apela ao envolvimento do PS na ajuda para ultrapassar o problema, deveria, no passado recente, ter tido essa atitude junto dos deputados do PSD na Assembleia da República e na Assembleia Regional, quando os mesmos eram os principais instigadores da recusa desses navios e se empenhavam em dificultar o cumprimento daquele contrato”, disse à agência Lusa o socialista Jorge Fão.

Acrescenta que foram propostas, antes da rescisão do contrato pelo Açores, comissões parlamentares de inquérito que “lançaram na opinião pública dúvidas sobre a capacidade técnica dos ENVC e suspeições sobre a segurança e a qualidade dos barcos aos quais, ignorantemente, chamavam de ‘carroças'”, diz ainda o socialista.

Uma reação que surge depois de Eduardo Teixeira ter classificado a decisão do Governo dos Açores, de encomendar dois ferryboats a uma empresa espanhola, como “uma brincadeira de muito mau gosto” face aos sacrifícios pedidos aos portugueses.

“O país, a economia e os portugueses estão a fazer grandes esforços, nomeadamente para aumentar as exportações. Só como uma brincadeira de muito mau gosto é que podemos ver este anúncio”, afirmou à agência Lusa o deputado social-democrata.

O concurso público internacional foi lançado em 2011 e mereceu duras críticas dos estaleiros nacionais, que alegaram possuir regras que limitavam o acesso das empresas portuguesas.

Os dois navios serão do tipo monocasco e terão capacidade entre os 333 passageiros e oito viaturas e os 246 passageiros e 12 viaturas.

A entrega está prevista para entre agosto e outubro de 2013, de forma a permitir “alterar substancialmente o método de transporte entre estas ilhas”, afirmou, terça-feira, Vasco Cordeiro, secretário regional da Economia, acrescentando que os navios permitirão dar “um novo impulso” à economia das ilhas do Faial, Pico e São Jorge.

“Apesar de se tratar de uma questão muito séria, só por brincadeira é que o secretário regional anuncia uma decisão destas e no dia seguinte pede a demissão”, afirmou ainda Eduardo Teixeira, aludindo à saída de Vasco Cordeiro do executivo dos Açores, para se concentrar na candidatura às próximas eleições regionais.

Lembra que “se os Açores precisam de barcos já os têm”, como os que foram construídos nos ENVC e apelou ao envolvimento do PS para ultrapassar o diferendo.

Já Jorge Fão reafirmou a “total disponibilidade para colaborar no apuramento de todas as responsabilidades” no “falhanço” do negócio entre os Açores e os ENVC.

Acrescentou que o PS “também preferia que a construção dos navios”, com características e função diferentes do “Atlântida”, agora encomendados pelo Governo Regional, “tivessem sido adjudicados aos ENVC”.

Por isso, “é caso e momento para perguntar que diligências junto do Governo Regional fizeram o atual Governo e a Empordef” para participarem neste concurso.

“Lamenta-se que o deputado do PSD dispense mais energia a criticar o passado do que a garantir junto do seu Governo uma solução efetiva para viabilizar a atividade dos ENVC, a exigir condições financeiras para finalmente iniciarem a construção dos navios asfalteiros para a Venezuela e a incentivar a atual Administração para que celebre pelo menos um contrato para a construção de um novo barco”, remata Jorge Fão.

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