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Viana do Castelo

Enercon está a desviar exportações de Viana por falta de guindaste

23 Janeiro, 2013 - 10:51

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A multinacional alemã Enercon anunciou hoje que está a desviar a exportação de componentes eólicos para outros portos face às “dificuldades logísticas” que enfrenta em Viana do Castelo, onde representa mais de 30% do movimento portuário.

A multinacional alemã Enercon anunciou hoje que está a desviar a exportação de componentes eólicos para outros portos face às “dificuldades logísticas” que enfrenta em Viana do Castelo, onde representa mais de 30% do movimento portuário.

“Já começamos a desviar carga para o porto de Leixões devido às dificuldades logísticas com que nos continuamos a deparar no porto de Viana do Castelo, como a falta de um guindaste. Está lá, mas está avariado e há anos que ninguém resolve nada”, afirmou à agência Lusa o administrador da Enercon em Portugal.

Segundo Francisco Laranjeira, em causa está a inoperacionalidade de um guindaste de 50 toneladas, dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), instalado junto à fábrica da multinacional alemã na cidade. A Enercon pretendia alugá-lo sempre que fosse necessário carregar componentes eólicos de grande dimensão, exportados por via marítima através do cais partilhado com os estaleiros.

Contudo, acrescentou, apesar dos alertas junto das sucessivas administrações dos ENVC nos últimos três anos, a reparação do guindaste ainda não avançou. A própria Enercon já se disponibilizou para apoiar financeiramente a reparação, que deverá ascender a 200 mil euros, mas igualmente sem sucesso.

A agência Lusa tentou obter esclarecimentos sobre a situação junto da administração dos ENVC mas sem sucesso.

Recorde-se que a multinacional alemã ocupa desde 2005 terrenos subconcessionados pelos ENVC, nos quais instalou um dos dois polos industriais que detém em Viana do Castelo para a produção de aerogeradores e outros componentes, empregando mais de 1.400 pessoas em cinco fábricas.

Sem acesso a este meio de elevação, a Enercon está a assegurar a carga fazendo atracar os navios na margem direita do rio Lima e fretando gruas de menor dimensão. Os maiores componentes seguem por via terrestre e são carregados para os mesmos navios, mas já na margem esquerda, através dos meios do porto comercial.

“Enquanto isso temos os navios a navegar entre as margens e, desnecessariamente, os componentes a atravessarem a cidade de camião, quando toda a carga podia ser feita no mesmo local”, sublinhou Laranjeira.

Precisamente esta quinta-feira um dos navios fretados pela Enercon vai carregar junto ao cais da empresa, pelas 08:00, seis aerogeradores. Quatro horas depois terá de navegar até à margem esquerda para carregar mais 24 pás de rotor de dez toneladas cada.

“Precisávamos de ter duas gruas [junto ao cais da empresa] e não as conseguimos encontrar no mercado para alugar, por isso voltamos a ter a mesma situação, o que reduz a nossa competitividade”, apontou o administrador da Enercon em Portugal.

Aquela multinacional já representa mais de 30% do movimento total do porto comercial de Viana do Castelo – nas duas margens – e, em 2012, somou exportações no valor de 200 milhões de euros.

“É o dobro de 2011 e pretendíamos, pelo menos, manter este volume em 2013. Mas assim será muito difícil, o que não se compreende quando toda a gente fala em exportar”, disse ainda.

Francisco Laranjeira admitiu que a empresa até poderá reduzir o volume de exportações a partir de Viana do Castelo ou aumentar a procura de outros portos, face à dificuldade em reativar aquele guindaste.

Recorda ainda que a instalação da Enercon na cidade se ficou a dever precisamente às condições propícias para exportação por via marítima.

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