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Viana do Castelo

Empresário gastou 50 mil euros num ano e associação industrial pede redução dos preços

15 Outubro, 2011 - 12:35

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Uma empresa de Viana do Castelo gastou, no último ano, só em portagens das antigas SCUT do Norte, cerca de 50 mil euros, mas a fatura só não é maior devido a "alguma ginástica" na logística.

Uma empresa de Viana do Castelo gastou, no último ano, só em portagens das antigas SCUT do Norte, cerca de 50 mil euros, mas a fatura só não é maior devido a "alguma ginástica" na logística.

"Passámos a juntar mais de um serviço [numa mesma deslocação], afetando dessa forma a produtividade, mas tentando não aumentar ainda mais os custos", explicou à Agência Lusa o administrador da Metaloviana, uma empresa de metalomecânica com sede na Zona Industrial do Neiva, em Viana do Castelo.

"Gastei cerca de 50 mil euros em portagens nestes 12 meses. Mesmo assim, abaixo do que cheguei a temer porque tivemos descontos e isenções, além da ginástica que fomos obrigados a fazer na logística", acrescentou José Morais Vieira.

A Metaloviana movimenta diariamente 25 viaturas pela A28 e a solução seria recorrer à Estrada Nacional 13, transformando uma viagem de 40 minutos num "pesadelo de duas horas".

"Custaria ainda mais. Pelo nosso estudo, seria o triplo do valor das portagens, que variam entre os 4.000 e os 5.000 euros por mês", apontou ainda.

José Morais Vieira admite que o último ano foi "terrível" e que, por este motivo, levou a empresa, com 120 trabalhadores e obras em todo o país, a voltar-se em definitivo para o estrangeiro.

"O país parou. Tudo isto tem-me tirado anos de vida, por isso avançamos com um grande investimento na internacionalização, por exemplo para Angola, onde já temos pessoal fixo", explicou.

Com obras em curso em todo o território continental, este empresário de Viana do Castelo ainda não começou a fazer contas ao aumento dos custos a partir do momento em que as portagens cheguem às restantes SCUT, conforme anunciou o Governo.

"O que sei é que, neste ano, com as portagens aqui à porta [pórtico instalado à saída da Zona Industrial de Neiva], não dispensamos ninguém, mas reduzimos substancialmente o trabalho que dávamos a outras pequenas empresa da zona. Daqui para a frente, ainda não sei o que isto vai dar", rematou.

Um cenário "comum" que António Marques, presidente da Associação Industrial do Minho (AIM), admite ser "preocupante", face à situação do país e ao que considera o "disparate" dos preços cobrados nas portagens na A28, nos vários troços, entre Viana do Castelo e Porto.

"Numa atitude de responsabilidade devo assumir que já não podemos dar o passo atrás e acabar com as portagens. Mas tenho para mim que ainda pode ser possível, com o alargamento agora anunciado do fim das restantes SCUT, dar o outro passo que seria baixar o preço das portagens", apontou o dirigente da AIM.

A A28 perdeu, no segundo trimestre de 2011, cerca de 9.000 viaturas por dia e António Marques afirma que "a crise não explica tudo". "Isto também tem a ver com o agravamento das condições de mobilidade de pessoas e de empresas", concluiu.
FONTE: "Lusa"

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