A modernização da ligação ferroviária entre Porto e Vigo, anunciada na última cimeira ibérica, vai ser acompanhada por uma comissão, hoje constituída em Viana do Castelo e que reúne autarcas, empresários, utentes e políticos do Norte e da Galiza.
Trata-se de uma comissão dinamizada pelo Eixo Atlântico e que, segundo os promotores, representará, através dos seus vários elementos, cerca de dois milhões de habitantes, diretamente servidos pela ligação internacional entre Porto e Vigo, e mais de 22 mil empresas.
“Será uma comissão de acompanhamento para apoiar, incentivar e apresentar sugestões no âmbito deste processo. Para que a modernização da linha seja, por fim, uma realidade”, afirmou José Maria Costa, presidente do Eixo Atlântico e líder da Câmara de Viana do Castelo.
Reunidos naquela cidade, os vários representantes dos dois lados da fronteira, incluindo do Governo Regional da Galiza e da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, decidiram solicitar reuniões aos dois governos nacionais para acompanharem os trabalhos da comissão, saída da última cimeira ibérica, que lidera o processo de modernização da ligação entre as duas maiores cidades da eurorregião.
A linha do Minho, em cerca de 100 quilómetros, entre Nine, Viana do Castelo e Valença, é o único troço ainda por modernizar nesta ligação, pelo que esta comissão será também um elemento de pressão para a concretização de um investimento avaliado em menos de 200 milhões de euros.
“Também pretendemos transmitir a nossa sensibilidade neste processo, porque conhecemos bem o território. Definitivamente, queremos comboios do século 21 a circular nesta linha, ao serviço das populações e da economia. Se for possível ainda com fundos deste quadro comunitário de apoio”, defendeu José Maria Costa.
Além da modernização e eletrificação daquele troço, estes responsáveis apelam à constituição de uma ligação ferroviária rápida entre Sines e Ferrol, no extremo norte da Galiza, para interligar os portos atlânticos da península ibérica e assim tirar partido do alargamento do canal do Panamá.
“As rotas marítimas vão mudar e a ibéria passará a posicionar-se numa centralidade, deixando de ser periférica, como até agora. Por isso, o investimento na ligação ferroviária é estruturante”, sublinhou José António Barros, presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP), que também integra esta comissão de acompanhamento.
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