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Caminha

Caminha/Ancorensis: Comunidade Educativa realiza marcha de protesto esta sexta-feira

28 Abril, 2016 - 19:42

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Receio do encerramento da escola leva PS e PSD a mais uma troca de argumentos.

A comunidade educativa da Ancorensis Cooperativa de Ensino, em Caminha, realiza esta sexta-feira uma marcha silenciosa em protesto contra as recentes decisões do Governo. O Ministério tutelado por Tiago Brandão Rodrigues, recorde-se, anunciou que não vai autorizar novos contratos de associação para turmas em início de ciclo (5.º, 7.º e 10.º anos escolares) em “zonas onde exista oferta das escolas públicas”. Tratam-se de contratos celebrados entre colégios privados e o Ministério da Educação que permitem o financiamento de turmas das escolas privadas onde não existe escola pública.
Em Caminha teme-se que uma medida destas possa levar a Ancorensis a fechar portas. “Isto é uma questão que nos preocupa bastante!”, disse o presidente da Câmara, Miguel Alves, à Rádio Vale do Minho. “A Ancorensis é uma instituição que durante todos estes anos tem prestado um grande serviço ao concelho de Caminha. Tem prestado um grande serviço às famílias do Vale do Âncora e o nosso intuito é que possa continuar”, sublinhou o autarca socialista determinado a dialogar com o Ministério da Educação. “Da minha parte, o Município de Caminha sabe com o que pode contar. Vou bater-me para que a Ancorensis, que presta um grande serviço ao nosso concelho, continue a prestar esse serviço”, reiterou.
O presidente da Câmara deixou ainda um ‘recado’ à oposição social-democrata. “Estamos a falar de um contexto de cerca de 70 trabalhadores que estão hoje na Ancorensis. Já lá estiveram cerca de 170. Ao longo destes anos houve um decapitar tremendo da Ancorensis e não me lembro de ver o PSD, que estava no poder, tão preocupado”, disparou Miguel Alves. “Eu estou preocupado!”, garantiu.

Líder do PSD vai marcar presença no protesto

A líder e vereadora pelo PSD na Câmara de Caminha já garantiu à Rádio Vale do Minho que vai marcar presença nesta marcha silenciosa. “Em primeiro lugar vou marchar porque trabalhei lá, porque fui aluna lá e portanto conheço o rígor e a qualidade do projeto educativo daquela instituição”, justificou Liliana Silva. “O PSD está ao lado da Ancorensis como sempre esteve. Foi o PSD que sempre lutou para que a Ancorensis pertencesse à Rede de Escolas e se tornasse dessa forma um parceiro na educação de todos os nossos filhos”.
Sem palavras brandas, a dirigente social-democrata não poupa nas críticas a Tiago Brandão Rodrigues. Define-o como “um Ministro que está apenas a seguir ordens de sindicatos. Não é um Ministro que esteja minimamente preocupado ou inteirado sequer com questões educativas e com processos educativos. Parece-me que há aqui muitas medidas avulsas e muitas medidas de ‘corta porque corta’. Sendo que muitas dessas decisões não têm qualquer tipo de enquadramento no plano pedagógico-educativo”, avaliou Liliana Silva.
A vereadora ‘laranja’ alerta assim para um possível encerramento da Ancorensis. “Nenhuma escola com aquela dimensão consegue sobreviver com duas turmas de 7º ano. Estão a limitar o número de freguesias que podem usufruir daquela escola”, avisou.
Instada a comentar as palavras do presidente da Câmara, Liliana Silva não as estranhou. “É a mesma posição que tem mantido em quase todas as matérias. Nem assume um lado nem assume o outro. Põe-se sempre ao meio que é para ficar bem com todos”, atirou a líder do PSD. “O PS tem neste momento um Governo que está a colocar a corda ao pescoço da Ancorensis. E o que é que [Miguel Alves] faz? Vai por um lado dizer «Ancorensis, estamos contigo!» e por outro bate nas costas do Ministro e parabeniza-o pelo bom trabalho”, lamentou. “Para além disto, nem nesta matéria se separa da linha que já o caracteriza de atirar culpas ao PSD. Qualquer dia até temos culpa da chuva ou do vento. Enfim… argumentos fúteis e pueris de quem já não tem argumentos para defender o indefensável”, finalizou Liliana Silva.
De referir que este protesto, marcado para as 15h00, acontece no primeiro dia do “Vila Praia em Flor”. A iniciativa, a realizar-se em Vila Praia de Âncora, começa esta sexta-feira e vai prolongar-se até 1 de maio. No total serão mais de 20 mil flores artificiais, 20 maias confecionadas com flores naturais e um programa de animação bem recheado, com destaque para a participação das coletividades e associações do concelho e para a atuação de Augusto Canário & Amigos, no sábado à noite, na Praça da República. Uma das novidades é a Mostra Gastronómica “As Flores e os Sabores”, patente no Posto de Turismo de Vila Praia de Âncora e realizada pelos restaurantes do Vale do Âncora.

[Fotografia: Direitos Reservados]

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