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Caminha/A Guarda: Liliana Silva lamenta uma Cimeira Luso-Espanhola… sem ponte

12 Outubro, 2020 - 09:04

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Liliana Silva, antiga deputada na Assembleia da República (AR) pelo PSD e vereadora pela oposição na Câmara de Caminha, lamentou este domingo a ausência de discussão de uma ligação rodoviária internacional entre Caminha e A Guarda (Galiza) durante a cimeira Luso-Espanhola, realizada na cidade portuguesa da Guarda.

“Pena que o concelho de Caminha nao tivesse aproveitado para reinvindicar uma ligação rodoviária internacional. Somos o único concelho do Rio Minho que não tem ligação a Espanha, a não ser por um ferry”, lamentou a autarca social-democrata na sua página oficial de facebook.

Durante a passada legislatura, enquanto deputada na AR, Liliana Silva foi uma acérrima defensora de uma travessia rodoviária nestes concelhos. Em janeiro do ano passado, antes da chegada da pandemia da COVID-19, a então deputada apontava já a importância desta cimeira que estava inicialmente prevista julho desse ano.

“A cimeira do próximo mês de julho deve ser aproveitada para se discutirem assuntos relacionados com todos os concelhos fronteiriços, por forma a fomentar o desenvolvimento económico e turístico de ambos os países”, defendeu Liliana Silva no hemiciclo.

“Sem qualquer travessia viária para a outra margem, este concelho tem visto grandes investidores, com capacidade efetiva de criação de emprego, a optar por concelhos vizinhos como Valença, Monção ou Cerveira”, lamentou.

“O concelho de Caminha com a sua ligação à A28 e com capacidade para albergar, com os devidos apoios, grandes indústrias, não tem tido capacidade de atratividade muito por via da falta de uma ligação transfronteiriça viária que permita trocas económicas de grande dimensão”, disse.

De forma mais cirúrgica, a deputada social-democrata elencou vários interesses para a construção desta travessia. Iniciou desde logo pela economia, com a proximidade à A28, onde existem várias zonas empresariais. “Apenas nos falta a ligação transfronteiriça viária que permita esse escoamento e trocas comerciais com a Galiza”. 

 

 

Turismo luso-espanhol

 

 

Liliana Silva apontou também Caminha como um ponto de referência no turismo luso espanhol. A travessia ainda é feita através de um ferryboat “sujeita a marés por via do assoreamento constante do Rio Minho, limitando assim o aumento que seria possível, de turistas a este concelho”.

Mas a deputada do PSD foi ainda mais longe. Na  de que a travessia se tornasse uma realidade, Liliana Silva lembrou que Caminha faz parte da rota dos Caminhos de Santiago, que têm visto o número de peregrinos aumentar de ano para ano. “Só que os peregrinos ficam sempre sujeitos ao horário do ferryboat para prosseguirem viagem, com a condicionante grave de à segunda feira o mesmo se encontrar parado para descanso da tripulação”.

A social-democrata quer colocar ponto final a todo este cenário. “É tempo de deixarmos de ver esta ligação fronteiriça como uma miragem para aquela população. Está na altura de darmos o impulso que o concelho de Caminha merece e que irá favorecer todo o Alto Minho, tornando-o numa das regiões mais competitivas do País”, referiu.

Por outro lado, sublinhou a deputada, “é necessário acabar com os desequilíbrios entre concelhos em termos de ligações internacionais, uma vez que Caminha é o único concelho sem ligação viária ao Norte de Espanha e isso tem-se refletido num definhamento e retrocesso económico deste concelho”.

 

PS prefere “valorizar” o estuário do Rio Minho

 

Ouvido sobre esta matéria, o presidente da Câmara de Caminha, Miguel Alves (PS), não viu com bons olhos uma ligação rodoviária entre aquele município e os vizinhos galegos de A Guarda. 

“O que temos ponderado para o estuário do Rio Minho é a valorização deste espaço. Fazer com que possa ser valorizado do ponto de vista ambiental, de modo a que isso reverta para a economia”. Em tom pragmático, aos microfones da Rádio Vale do Minho, o autarca socialista recuou de imediato ao ano em conquistou a Câmara ao PSD.

A nossa prioridade na relação com a Galiza foi, em primeiro lugar, recuperar uma ligação. Em 2013, quando cheguei à Câmara, o ferry-boat ia terminar. Estava acabado. Tinha levado um tiro de morte dado pela anterior gestão PSD”, contou Miguel Alves.

“Recuperamos o ferry. Fizemos os trabalhos de desassoreamento e queremos continuar a preservar este estuário. Por isso é que eu não defendo que se pretenda, de um momento para o outro, atingir uma zona protegida através de uma obra que terá impactos ambientais fortíssimos, seja uma ponte ou um túnel”, apontou o presidente da Câmara.

Mas o que está então a fazer o PS? “Estamos a preservar a paisagem enquanto património cultural da UNESCO. É para isso que estamos a trabalhar e nesse ponto de vista não cabe nenhuma ponte para estragar estuário e estragar aquilo que queremos do ponto de vista ambiental”.

A concluir, Miguel Alves admitiu que poderá ser estudada uma eventual ligação mas num prazo que pode ir de 30 a 40 anos.

 

Ligação rodoviária entre Caminha e A Guarda no programa eleitoral do PSD

 

A ligação rodoviária entre Caminha e A Guarda figurava entre as principais prioridades dos candidatos do PSD por Viana do Castelo às eleições legislativas de outubro do ano passado.

“Temos de encontrar uma solução sustentável de ligação entre estes dois municípios. No passado foram cometidos erros que não se remedeiam, mas há aqui todo um conjunto de anseios que são determinantes para o futuro desta vila”, disse Jorge Mendes – então cabeça de lista – à Rádio Vale do Minho em setembro do ano passado, em plena campanha eleitoral.

“Caminha está muito dependente do turismo. Comparativamente a outros municípios, tem uma zona industrial pequena. Precisamos de arranjar para este território outras alternativas de incrementação da atividade económica”, defendeu.

De referir que a ligação mais antiga entre o Minho e a Galiza remonta a 1885, quando foi inaugurada a ponte rodoferroviária que liga Valença e Tui. Só em 1995 surgiu uma outra nova ponte a ligar Monção a Salvaterra do Minho. Quatro anos depois, Melgaço outra travessia a ligar Melgaço a Arbo.

O ferry boat começou a cruzar o rio Minho em 1995. Caminha é o único concelho do vale do Minho que depende do transporte fluvial para garantir a ligação regular à Galiza, enquanto os restantes quatro concelhos da região dispõem de pontes internacionais.

 

[Fotografia: Arquivo / DR]

 

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