Depois de análises realizadas na semana entre 15 e 21 de Agosto terem detectadios a presença de níveis anormais de Enterococos intestinais e de E-coli na praia de Vila Praia de Âncora, em Caminha, a Câmara Municipal, em sintonia com a Capitania do Porto de Caminha, acaba de arrear a Bandeira Azul e colocar o aviso de desaconselhamento de prática balnear na praia de Vila Praia de Âncora.
O comandante Mamede Alves diz que esta é a solução legalmente prevista e que os passos seguintes são da responsabilidade da Administração da Região Hidrográfica do Norte.
Num ano em que apresenta o maior número de turistas, a praia de Vila Praia de Âncora, no concelho de Caminha, regista água imprópria para banhos, depois de ter apresentado níveis anormais de Enterococos intestinais.
Há uma outra situação idêntica no distrito de Viana do Castelo, a Praia Fluvial de Pontilhão da Valeta, no concelho de Arcos de Valdevez.
A época balnear teve início a 15 de Junho e desde essa data até à presente os resultados analíticos foram sempre positivos e a qualidade da água foi sempre compatível com os parâmetros exigidos pelas regras da Bandeira Azul.
Na última semana, as análises revelam resultados não compatíveis com o histórico anteriormente descrito, o que leva a Câmara Municipal de Caminha a concluir que poderá ser um problema pontual de poluição ou um problema pontual natural relacionado com o actual estado e caudal do rio Âncora.
Tal facto tem levado o Município a solicitar autorização à entidade competente para com o uso de uma máquina proceder à abertura do rio para que a água possa circular entre mar e rio, que hoje apresenta uma configuração completamente estanque.
Da monitorização que tem vindo a ser efectuada extraem-se resultados extremamente negativos no ponto de colheita do rio à saída da ETAR.
Situação que já foi comunicada às entidades competentes, uma vez que ou a descarga não cumpre com os parâmetros ambientais, ou os parâmetros ambientais autorizados não são compatíveis com o actual estado natural do rio, que como já referido apresenta um caudal reduzido de águas estagnadas e temperaturas elevadas, sendo que pode estar a ser debitado no rio por parte da ETAR quantidades mais elevadas de água do que o volume que o rio apresenta.
De todas as situações descritas que preocupam de sobremaneira o Município de Caminha, directamente prejudicado, bem como a sua população, já foi dado conhecimento formal às entidades competentes.
A Bandeira Azul, a qualidade da água do rio Âncora e a qualidade da praia de Vila Praia de Âncora têm sido assuntos prioritários na política ambiental da Câmara Municipal, e são assuntos que acompanhamos com muita seriedade e dedicação. Mas também é claro que para nós em primeiro lugar está a salvaguarda da saúde pública, que urge e tem de ser preservada. Daí que a primeira iniciativa do Município, em consonância com a Capitania do Porto de Caminha, ainda sem conhecimento oficial dos resultados da ARH, fosse arrear a Bandeira Azul e colocar o aviso de desaconselhamento de prática balnear na praia de Vila Praia de Âncora.
O executivo caminhense escreve em comunicado que não se conforma com esta situação, "extremamente prejudicial", e tomará todas as iniciativas necessárias para o apuramento de eventuais responsabilidades ou responsáveis, com as participações necessárias, quer à ARH, quer ao Ministério do Ambiente.
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