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Viana do Castelo

Barco português com 20 tripulantes estrangeiros apresado na Libéria há quase oito meses

17 Novembro, 2012 - 10:15

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Um barco de pesca de bandeira portuguesa, operado por um armador espanhol, está apresado no porto de Monróvia, capital da Libéria, desde 28 de fevereiro com 20 tripulantes estrangeiros a bordo.

Um barco de pesca de bandeira portuguesa, operado por um armador espanhol, está apresado no porto de Monróvia, capital da Libéria, desde 28 de fevereiro com 20 tripulantes estrangeiros a bordo.

A situação foi confirmada à agência Lusa pelo armador do navio, um dos vinte homens que não podem sair da Libéria porque as autoridades locais confiscaram os passaportes da tripulação, sob a acusação de pescarem com uma licença falsificada.

“Paguei cerca de 40.000 dólares pela licença privada ao agente na Libéria, que agora está desaparecido. Nunca falsifiquei nada e até andei a pescar com os aparelhos de sinalização sempre ligados, porque paguei para estar legal”, explicou o galego Manuel Suárez.

O “Eros”, um barco com 35 metros de comprimento e que se dedica à pesca ao anzol, está matriculado no porto de Peniche e é associado da cooperativa de pesca VianaPesca, de Viana do Castelo.

A bordo estão 20 homens, entre os quais o armador espanhol e um marinheiro russo.

A restante tripulação foi recrutada em países africanos como Guiné-Bissau, Guiné-Conacri, Senegal ou Costa do Marfim.

“Estamos todos retidos, não podemos sair da Libéria porque não temos passaportes. Querem-nos aplicar uma multa de mais de dois milhões de dólares, mas isto tudo não passa de uma burla”, afirma o armador.

Garantiu ainda que outros barcos de países europeus que pescavam com licenças igualmente suspeitas “escaparam” com multas “bem mais reduzidas”.

Há oito meses que os 20 homens do “Eros” tentam sobreviver com o apoio enviado por familiares, fazendo a vida no barco, mas Manuel Suárez admite “preocupação” tendo em conta que o dinheiro começa a faltar.

“Não sei o que será feito de nós. Ninguém nos ajuda, estamos perante um drama humano”, desabafou, explicando que o único contacto oficial de Portugal tem sido feito pela representação num país vizinho.

“Por telefone, porque não podem fazer mais nada. Não há representação aqui na Libéria”, explicou ainda.

A bordo do barco está ainda uma carga, congelada, de 12 toneladas de caranguejo, igualmente às ordens das autoridades da Libéria.

A agência Lusa tentou obter uma posição sobre esta situação junto do ministério dos Negócios Estrangeiros, mas sem sucesso.

A cooperativa VianaPesca, com sede em Viana do Castelo, pediu entretanto a intervenção da União Europeia neste caso.

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