“O PSD está de mangas arregaçadas desde o dia em que tomou conta da Câmara Municipal!”. Foi desta forma que o presidente da autarquia de Monção reagiu ao aviso deixado este sábado por Paulo Esteves, durante a tomada de posse como presidente da Comissão Política Concelhia do PS local. Um jantar onde o atual vereador socialista aproveitou para lançar algumas farpas à direita. “A fase do encanto… a fase do namoro… a fase do imaginário já se desvaneceu!”, exclamou Paulo Esteves. Na resposta, o presidente da Câmara lamenta que o PS ande “fora da realidade”. “Basta vermos o que aconteceu ontem [sábado] em que tivemos uma grande notícia no nosso concelho. A Mesa do Cordeiro à Moda de Monção está nas 49 pré-finalistas e isso demonstra o trabalho extraordinário que se tem feito não só nesta área como noutras”, referiu António Barbosa à Rádio Vale do Minho. “Ao fim de seis meses, é um trabalho que já é muito e que mostra que os monçanenses estavam certos na hora de querer mudar”, acrescentou.
António Barbosa: “Essa afirmação vem de um partido que, durante 20 anos nada fez pelo nosso Comércio Local!”
Mas o novo líder socialista chegou mesmo a ironizar, durante o jantar. “O PS é um partido que continua mobilizado! Não tem receio do seu passado! É um partido de obras… não é um partido de flores, pelos vistos de plástico”, disse Paulo Esteves aos militantes numa alusão aos adornos artificiais colocados no centro da vila. Ora, confrontado com esta visão, o presidente da Câmara teve resposta pronta. “Essa afirmação vem de um partido que, durante 20 anos, nada fez pelo nosso Comércio Local! Um líder que usa essa afirmação, em vez de apoiar uma iniciativa extraordinária do nosso Comércio Local, diz muito daquilo que é o desespero de um partido que – esperemos – seja uma oposição construtiva”, continuou António Barbosa. “Partidos fortes são sempre bons para uma dinâmica mais forte num concelho. É isso que espero que tenha saído dessa tomada de posse e não um partido que, no seu arranque, entrar imediatamente num ataque cerrado ao trabalho que está a ser feito pelo Comércio Tradicional. Lamento profundamente”.
A noite socialista ficou também marcada pelo discurso do presidente da Federação do PS Alto Minho. “Augusto Domingues foi presidente da Câmara durante um tempo muito difícil. Em minoria e alvo de constantes ataques por parte da oposição”, recordou Miguel Alves. Sobre esta afirmação, o edil monçanense tem outra visão dos factos. “[Entre 2013 e 2017] houve pela primeira vez uma oposição forte, construtiva e que deixou governar. Caso contrário, a Câmara nem ao final dos quatro anos tinha chegado”, sublinhou António Barbosa. “Foi uma oposição que votou contra quanto era contra e a favor quando era a favor. Não me revejo minimamente nessas afirmações e a demonstração disso é que ao fim de quatro anos tivemos uma Câmara que mudou e isso aconteceu por alguma coisa! Aconteceu porque as pessoas reconheceram uma oposição feita de forma muito distinta e que as pessoas quisessem uma alternativa clara, credível e que hoje está no poder já com trabalho à vista. Com uma dinâmica completamente diferente de tudo o que vinha de trás e que já começa a ser reconhecida por toda a gente”, apontou o autarca social-democrata.
António Barbosa: “Foi uma oposição que votou contra quanto era contra e a favor quando era a favor. Não me revejo minimamente nessas afirmações (….)”
A fechar, António Barbosa aproveitou para reiterar que “Monção, depois do passado dia 1 de outubro, passou a ser governada não só por quem está a tempo inteiro na Câmara Municipal mas também por um concelho onde toda a gente é ouvida. Um concelho onde muitas vezes alteramos algumas coisas que pensámos, porque percebemos que o caminho não é aquele!”. “É dessa forma que temos trabalhado e é dessa forma que queremos que a sociedade monçanense esteja envolvida num futuro melhor”, finalizou.
Águas: Barbosa lamenta “taticismo” usado pelos socialistas
Recorde-se que, durante a mesma cerimónia de tomada de posse, o PS Monção mostrou-se contra a integração das águas em baixa do concelho na Águas do Norte S.A. Questionado sobre qual é a posição da maioria social-democrata sobre este assunto, o presidente da Câmara começou por lamentar esta decisão dos socialistas em anunciar à comunicação social esta tomada de posição. “Tínhamos uma reunião marcada para a passada quarta-feira. O PS pediu o adiamento para esta segunda-feira, dia 9 de abril na qual iremos dar a nossa posição definitiva sobre as águas. Já estou a ver que houve taticismo ao terem tornado pública a sua posição”, disse Barbosa à Rádio Vale do Minho. “A reunião vai ser mantida e nós, PSD, iremos divulgar a nossa nessa reunião com vereadores, presidentes de Junta e deputados municipais. E vamos fazer isto porque eu faço política de forma muito diferente desses senhores!”, disparou António Barbosa.
António Barbosa: “Lamento profundamente esse adiantamento de posição por parte do PS (…). Isto é muito daquilo a que este partido já nos habituou (…)”
“Lamento profundamente esse adiantamento de posição por parte do PS, não respeitando aquilo que foi um coordenar de trabalhos. Isto é muito daquilo a que este partido já nos habituou e muito daquilo que esteve na base da derrota eleitoral do passado dia 1 de outubro”, prosseguiu. “Hoje as pessoas já não entendem essa forma de fazer política! Nós continuaremos sempre da mesma forma: clara, transparente, aberta, respeitando os poderes institucionais e só depois comunicar essas posições à comunicação social e ao público em geral. Respeitando, assim, tudo e todos”, concluiu o presidente da Câmara.
Sem Comentários Presidente.